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FUTEBOL
CBF e assessoria do dirigente contestam a afirmação de Carlos Melles
Ministro diz que Teixeira já
ofereceu carta de renúncia
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro Carlos Melles (Esporte e Turismo) disse ontem, em
entrevista à rádio CBN, que o presidente da CBF (Confederação
Brasileira de Futebol), Ricardo
Teixeira, já ofereceu ""uma carta
de renúncia oficializada" para
deixar o cargo.
""Eu acredito que o Ricardo vai
cumprir o acordo feito comigo.
Ele até me propôs uma carta de
renúncia oficializada para o entendimento do futebol brasileiro", disse o ministro.
Na terça-feira, Melles admitiu,
pela primeira vez, que estava negociando a renúncia de Teixeira
até o final do ano.
Pelo acordo, Ricardo Teixeira
deixaria a presidência. Em troca,
o ministro conseguiria um cargo
importante para o dirigente na Fifa -ele já tem dois.
A assessoria de Teixeira e o presidente interino da entidade, Alfredo Nunes, negaram a informação do ministro.
Melles disse, inclusive, que se
reuniu com o presidente da Fifa,
Joseph Blatter, para discutir o
afastamento do dirigente da CBF.
A proposta de uma carta de renúncia oferecida por Ricardo Teixeira ao ministro surpreendeu Alfredo Nunes.
""Eu desconheço", disse Nunes,
que ficará no cargo até o final da
licença médica de Teixeira.
Segundo Nunes, o presidente da
CBF não vai renunciar ao cargo.
Apesar de a CBF negar publicamente a saída do dirigente, o ministro disse que ""espera o encerramento da CPI do Senado", previsto para o início de dezembro,
para o dirigente deixar o cargo.
O presidente da CBF ficará fora
da entidade até o início de março.
A longa ausência de Teixeira foi
divulgada anteontem, um dia depois de o ministro ter revelado
publicamente o acordo para o dirigente deixar a CBF.
Segundo o médico Roberto
Horcardes, Teixeira terá que
cumprir mais quatro meses de licença médica.
No dia 31 de agosto, o presidente da CBF foi submetido a uma
angioplastia -espécie de intervenção cirúrgica cardíaca.
Por conta dos problemas cardíacos, Ricardo Teixeira não irá
depor na CPI do Futebol.
O depoimento estava marcado
para o próximo dia 31. Em seu lugar deverá falar aos senadores
Marco Antônio Teixeira, secretário-geral da entidade.
O presidente interino da CBF
disse ontem que as ligas de clubes,
bandeira levantada por Melles e
pela CPI do Senado, terão que estar ""integradas" à CBF.
A anuência da entidade às ligas
vem sendo negociada por Teixeira com o ministro e com a TV
Globo, favorável à proposta.
Nunes disse que a entidade vai
editar na próxima semana uma
RDI (resolução de diretoria) para
normatizar a criação das ligas.
""Caso contrário, os clubes não
vão existir para a entidade", disse
Nunes, acrescentando que a CBF
poderá ser até desfiliada pela Fifa.
O presidente interino da entidade disse que ""até agora" nenhum
representante da Liga Rio-São
Paulo, recém-criada, procurou a
CBF para discutir o assunto.
Segundo o substituto de Teixeira, a entidade vai permitir a criação de uma liga nacional e várias
regionais, ""desde que os moldes
da RDI sejam obedecidos".
Nunes disse que a CBF vai exigir
apenas organizar a Copa do Brasil
e a Copa dos Campeões.
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