São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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JUCA KFOURI

O mês dos craques


Se maio é o mês das noivas e agosto o mês do desgosto, outubro é mesmo o mês dos gênios do futebol

OUTUBRO COMEÇA celebrando, em seu primeiro dia, o nascimento de George Weah, o liberiano que foi eleito melhor do mundo, em 1995, pela Fifa.
E termina festejando o nascimento de Dunga, que, se não foi craque, e não foi, ao menos foi um jogador fundamental para o tetracampeonato em 1994.
Só que entre o dia 1º de outubro de Weah e o dia 31 de Dunga, uma porção de craques raros vieram à luz para alegrar estádios do mundo todo. A começar, é claro, por Pelé, no dia 23. A continuar com Mané Garrincha, no dia 28, embora tenha sido registrado com data errada, de dez dias antes, e a terminar com Diego Armando Maradona, no dia 30.
Hoje, por sinal, isso mesmo, é o Dia da Criação do Futebol.
Porque foi em 26 de outubro de 1863 que, depois de seis exaustivas reuniões, na Freemason's Tavern, em Londres, foram aprovadas as 17 regras do futebol e foi fundada a federação inglesa de futebol, a FA (Football Association).
O simples fato de outubro ser o mês de Pelé, Garrincha e Maradona, os três melhores de todos os tempos, já bastaria.
Mas não. Tem mais. É, tem Careca, no dia 5.
Revelado pelo Guarani e brilhado no São Paulo e no Napoli, era um centroavante raro, que não se limitava a fazer gols, tão fino o trato que dava à bola, de estilista nato.
Tão bom, mas tão bom, que há quem o considere até melhor que outro fora de série da mesma posição, o holandês Marco van Basten, melhor do mundo da Fifa em 1992, que nasceu no dia em que Dunga completou um ano de vida.
Entre os monstros de outubro, tem ainda o cerebral Sir Bobby Charlton (11), o meia francês Kopa (13), o Rei de Roma Paulo Roberto Falcão (16), o zagueiro uruguaio Darío Pereyra (19), o ponta-esquerda espanhol Gento (22) e o chileno Don Elias Figueroa (25).
Convenhamos que é um mês e tanto, muito mais que um simples mês, um portento.
E não se queixe de não haver goleiros, porque goleiros também há, desde o lendário uruguaio Máspoli (12), campeão mundial em 1950, no Maracanã, como o brasileiro Dida (7), campeão mundial, na reserva, em 2002 pela seleção brasileira, e de clubes, como titular, e com direito a defender pênalti na final, pelo Corinthians em 2000.
De quebra, foi em outubro, dia 11, que o Santos ganhou seu primeiro título mundial, em Lisboa, ao golear o Benfica por 5 a 2 naquela que Pelé considera a melhor partida de que participou em toda sua vida. E foi num 13 de outubro, no Morumbi, que o Corinthians saiu da fila de 22 anos de jejum.
Difícil montar um time só com jogadores de outubro, mas o ataque já vem pronto, com Mané, Pelé e Gento, dois pontas de verdade, bem abertos, e um Rei.
No gol Máspoli, na lateral direita Augusto (22), capitão do Brasil na Copa de 1950, na zaga Darío Pereyra e Figueroa, e, deslocado na lateral esquerda, Dunga; e um meio-campo imbatível, com Falcão, Bobby Charlton, Kopa e Maradona. Como técnico, o francês Arsène Wenger, exatos 16 anos mais moço que Gento.
Viva outubro!, mês da volta do Timão à primeira divisão.

blogdojuca@uol.com.br


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