São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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JUCA KFOURI

Que bela embolada!


Nenhuma equipe bobeou na perseguição ao líder e agora cinco times podem ganhar o título nas rodadas finais


ANTICAMPEONATO? Pontos parados? Campeonataço e de pontos corridíssimos!
Pontos, até, socorridos, como aconteceu no Beira-Rio com 40 mil torcedores, quando a vitória do Inter construída no terceiro minuto graças a uma infelicidade do goleiro Victor, do Grêmio, e da seleção brasileira, foi salva pelo árbitro que não marcou um pênalti para o tricolor gaúcho, de Bolivar em Réver.
Mas, se o Galo já estava a um ponto do Palmeiras, graças a ter sido quem melhor se aproveitou da janela, com a contratação de reforços como Ricardinho, Correa, Carini e Renteria, o Colorado agora está a dois e promete nova sensação nesta quarta-feira, no Morumbi, contra o São Paulo, também a dois.
E que São Paulo?!
O São Paulo que tomou três gols imperdoáveis do Santos, todos de cabeça sem marcação? Mas que fez quatro, dois belíssimos nas cobranças de faltas de Hernanes, que jogou demais, e de Rogério Ceni. Goleiro injustamente expulso por um árbitro senil que, depois, não deu o tempo correto de acréscimos, como validou o primeiro gol santista apesar da falta de André, que se apoiou em Renato Silva. Sim, o clássico na Vila Belmiro, com apenas 8.000 torcedores, acabou sendo um jogo de erros, mas não faltou emoção, comoção e, para variar, reclamação.
Três gols nasceram de escanteios batidos na primeira trave, dessas coisas que o futebol consagrou como mérito do técnico do time que faz e demérito do técnico do time que toma, ainda mais quando ex-zagueiro, caso de Ricardo Gomes. Na verdade, sabemos, essas coisas acontecem, sempre aconteceram e continuarão a acontecer, mas, se ninguém teorizar a respeito, não tem graça.
Ora, mérito de Rodrigo Souto, livre, leve e solto, no meio da área tricolor. Mérito de Hernanes que bateu um escanteio pela esquerda com tanto veneno que até agora não se sabe se quem desviou a bola foi um santista ou um são-paulino.
Como o Santos não tem mais nada a fazer no campeonato, o resultado acabou sendo ótimo para o Brasileirão, como foram ótimos os do Mineirão e do Beira-Rio.
Daqui para a frente, quaisquer previsões são pura irresponsabilidade, como há muito ensinou Armando Nogueira, embora insistamos em fazê-las, até porque os leitores, ouvintes, telespectadores e internautas assim exigem.
Ou alguém ter coragem de tirar o Flamengo da parada, só porque em quinto lugar? Mas a três pontos!
Um time com a massa que tem, há dez jogos sem conhecer derrota e, sobretudo, com Adriano, que, quando não lhe dão a bola, trata de ir buscá-la para inventar seu gol, como fez contra o Botafogo.
Não chega a ser ridículo, diante desta embolada, defender a volta do mata-mata?
E ainda tem o Cruzeiro...

Condecoração
Comovido, este colunista, há quase 40 anos na estrada, não tem palavras para agradecer pelo prêmio que recebeu neste fim de semana, nesta Folha, nas palavras sinceras do professor, quase senador, Vanderlei Luxemburgo. "Não gosto do Juca Kfouri", disse ele ao repórter Rodrigo Bueno.
É muita emoção!

blogdojuca@uol.com.br


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