São Paulo, Sexta-feira, 26 de Novembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Comissão técnica monitora todos os Estados

CANDINHO
especial para a Folha

A comissão técnica da seleção brasileira tem obrigação de estar sintonizada com tudo o que está acontecendo no futebol do país. Jogos das Séries B e C também têm de ser analisados, como há meses temos feito.
A opinião pública não sabe, mas um dos segredos do nosso trabalho é o fato de estarmos acompanhando de perto os jogos por todo o Brasil, investindo não apenas no eixo Rio-São Paulo.
Temos acompanhado partidas em Goiás, Minas Gerais, Bahia e outros Estados, mas muitas vezes vamos escondidos, porque, se anunciamos nossa presença com antecedência, não é só a imprensa, mas torcedores e dirigentes que se aproximam para conversar, pedir autógrafos, tirar fotografias e fica difícil realizarmos nosso trabalho de observação.
Não foi por acaso que convocamos o Álvaro, do Goiás, ou o Sílvio, do São Caetano. Não é necessário esperar um jogador passar para um time de ponta, de São Paulo ou do Rio, para chamá-lo para defender a seleção.
Como o próprio Wanderley Luxemburgo tem feito questão de repetir, o Pré-Olímpico, que começa em janeiro, no Paraná, será até mais difícil do que as eliminatórias para a Copa do Mundo.
Em primeiro lugar, porque só há duas vagas para os Jogos de Sydney, enquanto que as eliminatórias classificam os quatro primeiros e o quinto ainda tem direito de disputar a repescagem.
Em segundo, porque o Pré-Olímpico não é no sistema todos contra todos, dificultando a recuperação em caso de uma derrota.
É por isso que temos trabalhado com afinco nos últimos meses e, sempre que possível, chamado jogadores com idade para disputar a Olimpíada para participar do grupo da seleção principal.
O torcedor deve ter reparado que, quando convocamos a equipe principal, temos chamado cinco ou seis jogadores com menos de 23 anos de idade, que tenham condições de disputar a Olimpíada. Foi o caso de Marcos Paulo, Alex, Felipe, Denílson, Athirson e Luís Alberto, sem falar no Ronaldinho, do Grêmio.
Alguns nem jogaram ou atuaram pouco, mas pelo menos começaram a ver como é nosso estilo de trabalho, a disciplina que queremos dos jogadores.
Pelas dificuldades que teremos no Pré-Olímpico, além do esforço máximo de todos nossos atletas, acho importante a participação da torcida. Já conversamos com a Prefeitura de Londrina, e o estádio do Café estará lotado nos jogos do Brasil.
Afinal, além de brasileiros e argentinos, uruguaios, chilenos e colombianos também são fortes candidatos a uma das duas vagas. Até agora, a seleção pré-olímpica só disputou três partidas, uma em Brasília, duas na Austrália, mas, até o início do torneio no Paraná, terá jogado pelo menos sete vezes.
Para dezembro, já temos confirmados os jogos contra a Bolívia e o Paraguai. Em janeiro, pedimos à Confederação Brasileira de Futebol que tente agendar outras duas partidas, nos dias 10 e 14, ou 11 e 15, de preferência no Paraná.
Assim como aconteceu na Copa América, quando também ficamos concentrados no Paraná, só que na cidade de Foz do Iguaçu, o objetivo é unir todas as forças para a conquista do Pré-Olímpico.
Teremos a comissão técnica representada por seus principais integrantes, porque o Projeto Ouro Olímpico é uma das prioridades da CBF para o ano que vem. E, da forma como estamos nos preparando, posso garantir que estamos no caminho certo.


José Cândido Sotto Mayor, 54, é consultor da seleção brasileira de futebol

Texto Anterior: Romário vira consolo para os vascaínos
Próximo Texto: Sparring - Eduardo Ohata: Informatizado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.