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Sem ídolos,
país adota
brasileiro
do enviado a Hannover
Sem grandes ídolos no momento, os alemães estão sendo
empurrados para a torcida de
Gustavo Kuerten.
As aparições do brasileiro são
quase sempre acompanhadas
pelo adendo "sua avó (Olga) é
alemã, ela está aqui em Hannover torcendo por ele".
"Essa descendência do Kuerten é ótima para nós. Eu me
lembro do ano passado, quando ele ganhou o Torneio de
Stuttgart e foi andar num Mercedes. E sua avó estava lá, andou do lado dele. Foi um dos
maiores momentos da minha
vida profissional", disse Michael Reinhold, responsável
pela área de marketing esportivo da montadora alemã, maior
patrocinadora do torneio.
A atitude é emblemática.
O dinheiro procedente da
Alemanha é o coração do tênis
profissional masculino. O problema é que o país está se descolando do esporte.
Perde, neste ano, a Copa do
Mundo, que segue para Lisboa
e depois para São Paulo. Tende
a ficar também sem a Copa
Grand Slam, que ocorre em
Munique e deve ser absorvida
pela Copa do Mundo.
E acaba de perder seus maiores ídolos, Boris Becker e Steffi
Graf, justamente os responsáveis por popularizar o tênis.
Nicolas Kiefer, o maior nome
do país hoje, não empolga a
torcida alemã. Kuerten, fora os
isolados gritos na arquibancada de "Gustavo" e "Guga" com
forte sotaque, tampouco.
"Sem dúvida, a popularidade
do tênis no país vai cair de agora em diante. Mas acho que
continuará num bom nível. Para nós, de qualquer forma, isso
não é problema, somos uma
marca global, e os demais mercados também são importantes para nós", diz Reinhold.
Para a Mercedes, de fato, seu
argumento faz sentido -tanto
que a montadora, a maior patrocinadora do tênis, vai continuar investindo no esporte pelo menos até 2002.
Há uma série de empresas de
menor porte que suportam a
Associação dos Tenistas Profissionais e sua Copa do Mundo.
Dos outros 13 patrocinadores
da competição, por exemplo,
nove são alemães, o que significa que as próximas edições, em
Portugal e no Brasil, poderão
ver uma reviravolta em suas
fontes financeiras.
(RD)
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