São Paulo, Sexta-feira, 26 de Novembro de 1999


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Sem ídolos, país adota brasileiro

do enviado a Hannover

Sem grandes ídolos no momento, os alemães estão sendo empurrados para a torcida de Gustavo Kuerten.
As aparições do brasileiro são quase sempre acompanhadas pelo adendo "sua avó (Olga) é alemã, ela está aqui em Hannover torcendo por ele".
"Essa descendência do Kuerten é ótima para nós. Eu me lembro do ano passado, quando ele ganhou o Torneio de Stuttgart e foi andar num Mercedes. E sua avó estava lá, andou do lado dele. Foi um dos maiores momentos da minha vida profissional", disse Michael Reinhold, responsável pela área de marketing esportivo da montadora alemã, maior patrocinadora do torneio.
A atitude é emblemática.
O dinheiro procedente da Alemanha é o coração do tênis profissional masculino. O problema é que o país está se descolando do esporte.
Perde, neste ano, a Copa do Mundo, que segue para Lisboa e depois para São Paulo. Tende a ficar também sem a Copa Grand Slam, que ocorre em Munique e deve ser absorvida pela Copa do Mundo.
E acaba de perder seus maiores ídolos, Boris Becker e Steffi Graf, justamente os responsáveis por popularizar o tênis.
Nicolas Kiefer, o maior nome do país hoje, não empolga a torcida alemã. Kuerten, fora os isolados gritos na arquibancada de "Gustavo" e "Guga" com forte sotaque, tampouco.
"Sem dúvida, a popularidade do tênis no país vai cair de agora em diante. Mas acho que continuará num bom nível. Para nós, de qualquer forma, isso não é problema, somos uma marca global, e os demais mercados também são importantes para nós", diz Reinhold.
Para a Mercedes, de fato, seu argumento faz sentido -tanto que a montadora, a maior patrocinadora do tênis, vai continuar investindo no esporte pelo menos até 2002.
Há uma série de empresas de menor porte que suportam a Associação dos Tenistas Profissionais e sua Copa do Mundo.
Dos outros 13 patrocinadores da competição, por exemplo, nove são alemães, o que significa que as próximas edições, em Portugal e no Brasil, poderão ver uma reviravolta em suas fontes financeiras. (RD)


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