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Contursi falta a
lançamento de
sua candidatura
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Estava tudo pronto para
Mustafá Contursi lançar em
grande estilo mais uma vez a
candidatura à presidência do
Palmeiras. O "cerimonial" do
clube fechou a pizzaria Gorducho, na capital paulista, para a
festa. Cerca de 180 dos quase
290 conselheiros comparecem
à homenagem. Seguranças alviverdes, devidamente uniformizados, recepcionavam os
convidados. Faltou apenas a
estrela e o mentor do evento, o
próprio Contursi.
Há uma década comandando
com mão-de-ferro o Parque
Antarctica, o dirigente resolveu
marcar a festa de lançamento
justamente no dia em que seu
opositor, o economista Luiz
Gonzaga Belluzzo, oficializava
sua intenção de concorrer no
pleito de 15 de janeiro.
A estratégia inicial de Contursi deu certo. Mesmo com
um evento pomposo, no Circolo Italiano, que contou com a
presença de palmeirenses ilustres como o secretário-executivo do Ministério do Esporte,
José Luiz Portella, o deputado
Aldo Rebelo (PC do B-SP) e o
jornalista Joelmir Beting, apenas cerca de 40 conselheiros
apareceram. Segundo a oposição, a festa não atraiu mais gente porque boa parte do Conselho Deliberativo tem medo de
assumir o apoio a Belluzzo.
O candidato da oposição até
ironizou a festa promovida por
seu rival. "Aqui a gente não serve pizza, apresenta propostas."
Contursi, no entanto, conseguiu desagradar até a quem
saiu de casa para lhe prestar
homenagem. Entre os presentes à pizzaria Gorducho, o clima era de irritação e incredulidade. O ex-presidente do clube
Carlos Facchina Nunes, com
quem a oposição contava, não
escondeu sua irritação. Tentou,
sem sucesso, comunicar-se
com ele para tirar satisfação.
O presidente do Conselho,
Cláudio Mezzarane, reservadamente reclamou. Aos jornalistas, disse que o evento foi uma
homenagem dos conselheiros
a Contursi, que enfrenta seu
pior momento no clube após o
rebaixamento para a Série B do
Campeonato Brasileiro.
A festa serviria só para oficializar uma candidatura "colocada na rua" há uma semana. No
dia seguinte ao vexame de Salvador, Contursi começou a ligar para conselheiros a fim de
justificar outro mandato. "Fiz
cair, vou fazer subir."
Luiz Carlos Pagnotta, um dos
vices de Contursi, minimizou a
ausência. "Ele teve um outro
compromisso. A festa não teve
conotação política. Foi apenas
um encontro de amigos."
A reportagem deixou recado
nos celulares de Contursi, que
não respondeu aos recados.
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