São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

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Craque e encrenqueiro, George Best, 59, morre

DA REPORTAGEM LOCAL

Aos 17, o abusado ponta-direita George Best era titular da seleção da Irlanda do Norte e do Manchester United. Aos 21, levou o clube a seu último título inglês antes de 93, já na era Alex Fergunson. Aos 24, deu à equipe a Copa dos Campeões. Aos 28, envolvido em confusões e bebedeiras, deixou o time para cair nas noitadas.
Ontem, aos 59, Best morreu.
Ídolo no Reino Unido, tido pelos britânicos como um dos maiores gênios da história do futebol, ele não suportou uma cirrose alcoólica. Estava internado desde 1º de outubro no hospital Cromwell, em Londres, depois de apresentar reação a um medicamento para o fígado, transplantado em 2002.
"Ele não era apenas um fantástico jogador. George Best era também um fantástico vagabundo", afirmou Pat Jennings, ex-goleiro da seleção norte-irlandesa.
Para outro compatriota, o ex-meia Johnny Giles, "Best teria superado Pelé se não tivesse tantos problemas com as bebidas, com as mulheres e com a polícia".
O começo de carreira dos dois, pelo menos, tem similaridades -de origem humilde, Best também mostrou seus primeiros momentos de brilho ainda adolescente. A partir de então, porém, descambou para a gandaia.
Filho de um operário do porto de Besfast, foi levado a Manchester quando tinha 15 anos por Matt Busby, histórico olheiro do clube.
Driblador ousado de corpo franzino, chegou ao time principal dois anos depois e no seu primeiro jogo internacional, diante do português Benfica, fez dois gols nos primeiros dez minutos.
Best, porém, não resistiu à badalação. Em 1971, aos 25, foi suspenso pela primeira vez por ter faltado a um jogo diante do Chelsea. Disse que perdeu o trem.
Um ano depois, voltou a ser suspenso por não aparecer a treinos, algo que se repetiria com freqüência até 1974, quando ele deixou o Manchester. Passou, então, a vagar por clubes com a mesma facilidade com que ia a boates da moda. Até encerrar a carreira, em 1983, atuou por outros 11 times.
Já fora do futebol, foi preso em 1984, flagrado por dirigir alcoolizado e passou o Natal na cadeia. Em 1990, voltou a ser detido após bater em um torcedor num pub.
A melhor definição sobre Best era dada pelo próprio, repetida sempre que era questionado: "Gastei 90% do meu dinheiro com mulheres, bebidas e carros velozes. O resto eu desperdicei".


Com agências internacionais


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