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Outro lado
Para governo do Rio, obras valem o gasto
DA SUCURSAL DO RIO
O arquiteto Sérgio Emilião
preside desde abril a Suderj
(Superintendência de Desportos do Estado do Rio de
Janeiro). Funcionário de
carreira, ingressou no órgão
em 1980. Na sua opinião, não
são excessivos os R$ 252 milhões gastos em reformas do
Maracanã desde 1999.
"Não acho. Quando é que
vai precisar investir isso de
novo?", indaga. "Tão cedo,
não. A partir de julho vai haver só o custo de manutenção. O custo-benefício é favorável. Senão a gente vai
transformar o Maracanã
num Coliseu. Vai passar a ser
museu. Um absurdo."
Emilião diz que não houve
estouro na projeção de R$ 71
milhões para as obras do Pan
divulgada pela governadora
Rosinha Matheus em 2005.
"A governadora estava falando de um universo pontual", afirma. "Eu entendo isso porque passo por isso
num universo muito menor.
Ela tem na cabeça uma série
de números. Não tem os números constantes. Não faço
isso porque sou técnico, mas
o político tem a mania de não
deixar de responder."
"Então, ela responde. [Perguntam] "Quanto é que é isso
aí?" [Responde] "Isso." Alguém a informa, ela passa.
Nem sempre as informações
chegam para ela de forma
correta. Às vezes ela passa informações não verdadeiras."
A Folha procurou Rosinha, encaminhou perguntas
por telefone e, a pedido da
sua assessoria, e-mail, porém não obteve resposta. De
acordo com Emilião, há verbas do Estado comprometidas para as obras até o Pan.
Entre as melhorias, a Suderj sublinha a mudança de
acessos; duplicação de roletas na entrada; novas instalações elétricas e hidráulicas;
represamento de águas fluviais (dois rios correm próximos) para lavar vestiários e
irrigar o campo; dois telões
junto aos placares; impermeabilização da cobertura;
aumento de 26 para 56 câmeras de segurança; e remodelação de bares e sanitários.
Dos 56 novos banheiros do
andar da arquibancada, 16
foram destruídos por vândalos. Para Emilião, é preciso
ensinar à torcida que o Maracanã é patrimônio público.
Ele sustenta que a atual
reforma não é "mais uma",
mas que integra um só "processo de reforma": "Pela primeira vez estamos fazendo
obra que não é maquiagem".
Durante a reforma houve
uma infiltração no tanque de
saltos ornamentais do parque aquático, e o trabalho
precisou ser refeito.
Da reforma do Maracanãzinho, o dirigente da Suderj
destaca o ar-condicionado
(R$ 20 milhões) e o placar
igual ao dos ginásios de basquete profissional dos EUA.
Uma curiosidade na vida
do homem que divulga o
"novo Maracanã" como um
estádio à altura dos usados
nas Copas da Alemanha e
Coréia/Japão: ele só os conhece por internet, foto e
TV. O motivo? Falta dinheiro para a viagem.0
(MM E SR)
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