São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Outro lado

Para governo do Rio, obras valem o gasto

DA SUCURSAL DO RIO

O arquiteto Sérgio Emilião preside desde abril a Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro). Funcionário de carreira, ingressou no órgão em 1980. Na sua opinião, não são excessivos os R$ 252 milhões gastos em reformas do Maracanã desde 1999.
"Não acho. Quando é que vai precisar investir isso de novo?", indaga. "Tão cedo, não. A partir de julho vai haver só o custo de manutenção. O custo-benefício é favorável. Senão a gente vai transformar o Maracanã num Coliseu. Vai passar a ser museu. Um absurdo."
Emilião diz que não houve estouro na projeção de R$ 71 milhões para as obras do Pan divulgada pela governadora Rosinha Matheus em 2005.
"A governadora estava falando de um universo pontual", afirma. "Eu entendo isso porque passo por isso num universo muito menor. Ela tem na cabeça uma série de números. Não tem os números constantes. Não faço isso porque sou técnico, mas o político tem a mania de não deixar de responder."
"Então, ela responde. [Perguntam] "Quanto é que é isso aí?" [Responde] "Isso." Alguém a informa, ela passa. Nem sempre as informações chegam para ela de forma correta. Às vezes ela passa informações não verdadeiras."
A Folha procurou Rosinha, encaminhou perguntas por telefone e, a pedido da sua assessoria, e-mail, porém não obteve resposta. De acordo com Emilião, há verbas do Estado comprometidas para as obras até o Pan.
Entre as melhorias, a Suderj sublinha a mudança de acessos; duplicação de roletas na entrada; novas instalações elétricas e hidráulicas; represamento de águas fluviais (dois rios correm próximos) para lavar vestiários e irrigar o campo; dois telões junto aos placares; impermeabilização da cobertura; aumento de 26 para 56 câmeras de segurança; e remodelação de bares e sanitários.
Dos 56 novos banheiros do andar da arquibancada, 16 foram destruídos por vândalos. Para Emilião, é preciso ensinar à torcida que o Maracanã é patrimônio público.
Ele sustenta que a atual reforma não é "mais uma", mas que integra um só "processo de reforma": "Pela primeira vez estamos fazendo obra que não é maquiagem".
Durante a reforma houve uma infiltração no tanque de saltos ornamentais do parque aquático, e o trabalho precisou ser refeito.
Da reforma do Maracanãzinho, o dirigente da Suderj destaca o ar-condicionado (R$ 20 milhões) e o placar igual ao dos ginásios de basquete profissional dos EUA.
Uma curiosidade na vida do homem que divulga o "novo Maracanã" como um estádio à altura dos usados nas Copas da Alemanha e Coréia/Japão: ele só os conhece por internet, foto e TV. O motivo? Falta dinheiro para a viagem.0 (MM E SR)

Texto Anterior: Novo Maracanã custa estádio de Copa
Próximo Texto: Giba encanta, e Brasil derrota os EUA no Mundial
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.