São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

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JUCA KFOURI

O rival do São Paulo


O maior adversário do tricolor está em tratar seu presidente como insubstituível


SE A CONTRATAÇÃO de Rivaldo pelo São Paulo dará certo ou não, é o de menos.
Ele jogou duas Copas do Mundo de maneira impecável, está na história do futebol mundial como um de seus melhores representantes e é uma aposta como outra qualquer.
O São Paulo tem a tradição de ganhar investidas semelhantes, desde Zizinho até Toninho Cerezo, embora também não tenha se dado tão bem com Didi e Falcão.
Não importa. Rivaldo não é problema; embora improvável, é possível solução. Se não for, não foi e ponto, vida que segue, como aconteceu em sua má passagem pelo Cruzeiro, sete anos atrás, quando só tinha 32 anos de idade.
E Felipão não merece crítica alguma por não tê- -lo levado ao Palmeiras, muito ao contrário, pois mostrou, como já havia feito com Alex na Copa do Mundo de 2002, que suas decisões não são orientadas por amizades, mesmo que as acabe custando.
O mais fácil para o técnico é sempre ser generoso com o chapéu alheio e deixar a conta pendurada para o clube pagar anos a fio.
O verdadeiro problema do tricolor é outro e atende pelo nome de Juvenal Juvêncio, cartola que tem seu nome mais que consolidado na história do clube, como diretor e como presidente, mas que, de repente, e em um momento de baixa, se vê e é visto pelos seus amigos como insubstituível.
Perigo maior não há -e felizmente o ex-presidente Lula teve plena consciência disso e não foi para o terceiro mandato que imporia facilmente.
A chicana em curso no Morumbi para dar mais uma reeleição a JJ é juridicamente discutível, como quase tudo, e é, eticamente, indiscutível, porque rigorosamente inaceitável.
E revela apenas que, se a oposição desapareceu no São Paulo, ela que sempre foi considerada uma das razões do sucesso do clube, sabe-se agora que a situação também inexiste, pois não há ninguém no grupo que está no poder capaz de ocupar a presidência. É ou não uma estranha contradição que JJ fale em renovar o time de futebol, em investir nos meninos da base e, ao mesmo tempo, permaneça quase octogenário no poder?
Por não saber a hora de parar, dificuldade compreensível, como Rivaldo está a comprovar, Alberto Dualib, o mais vitorioso presidente do rival Corinthians, saiu da história para as páginas policiais.
Que JJ pense nisso.

blogdojuca@uol.com.br


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