São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Santos ganha clássico e renasce

Vitória sobre o Corinthians põe time no bolo que luta por vaga na semifinal e deixa rival ameaçado

Mastrangelo Reino/Folha Imagem
Herrera e Betão, que se desentenderam e foram expulsos, disputam jogada no clássico que terminou com vitória do Santos sobre o Corinthians na Vila Belmiro

Santos 2
Corinthians 1

DA REPORTAGEM LOCAL

O clássico mais antigo do Estado não prima por atual exuberância técnica de Corinthians e Santos. Mas no duelo que marcou os 95 anos do histórico encontro, as equipes acharam na emoção proporcionada pelo momento decisivo do Campeonato Paulista o substituto para jogadas de classe e lances geniais de outros tempos mais gloriosos.
Num duelo em que vencer era importante para corintianos e vital para santistas, o 2 a 1 para o Santos marcou renascimento da equipe da casa e levou de volta ao Parque São Jorge a apreensão pelo risco de ficar de fora das semifinais.
A vitória santista colocou o time de vez na luta por uma das quatro vagas nos mata-matas. Com 29 pontos, acumulados à custa de cinco triunfos seguidos, já encostou na zona de classificação. Está em sexto.
Já os derrotados corintianos, apesar de dormirem em quarto lugar, com 30 pontos, correm o risco de serem ultrapassados hoje pelo São Paulo e de terem que, além de vencer seus dois últimos jogos, torcer por tropeço de algum clube à sua frente.
A encruzilhada do Paulista fez do clássico um jogo nervoso, com erros individuais, reclamações sobre equívoco da arbitragem e expulsão.
O Corinthians entrou em campo com proposta de contragolpear o Santos, apostando que, como Mano Menezes declarou na véspera da partida, Leão armaria sua equipe de maneira ofensiva.
Nos primeiros minutos do clássico a estratégia parecia que poderia dar certo. Os santistas, mais dependentes da vitória para permanecer com chances de avançar às semifinais, foram para cima da defesa adversária. A pressão inicial, no entanto, era bem contida pela defesa armada por Mano.
Mas justamente uma tentativa de saída de bola rápida para armar o contra-ataque custou a desvantagem no jogo, aos 15min. Perdigão conduzia a bola pela intermediária e acabou caindo sozinho no lance. A bola foi roubada pelos santistas, que deram início a uma troca de passes até que Sebástian Pinto, fizesse o gol inaugural.
"Culpado por quê? Tem 11 em campo. Sei lá o que aconteceu, acabei adiantando demais a bola. Eles roubaram a bola, fizeram o gol", disse Perdigão sobre seu tropeço.
A jogada rendeu "homenagens" santistas ao volante, quando ele foi substituído. Ao deixar o campo, ele foi ovacionado pelos torcedores locais.
Em desvantagem, o Corinthians se arriscou mais. Até conseguiu chegar ao gol, com Fabinho, mas o árbitro Sálvio Spínola Fagundes viu falta de Diogo Rincón antes do arremate do volante corintiano.
Já no segundo tempo, a pressão pelo empate não tardou a dar resultado.
Após cobrança de escanteio, aos 2min, William testou. A bola encontrou Carlão livre.
O equilíbrio no marcador, no entanto, só durou mais quatro minutos. Até Kléber Pereira entrar na área e desferir forte chute cruzado: 2 a 1. O artilheiro santista, no entanto, conseguiu ficar livre somente após fazer falta em Carlão -que protestou com o árbitro.
A partir daí, o jogo ficou mais nervoso, com jogadas ríspidas.
Pior, porém, para o Santos, que perdeu Betão expulso após soco em Herrera, que havia apoiado os joelhos nas costas do zagueiro santista.
Com um a menos, o Santos desistiu do ataque, mas segurou o Corinthians até o final e comemorou o ressurgimento numa temporada que, semanas atrás, parecia perdida.


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