São Paulo, sábado, 27 de maio de 2000


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FUTEBOL
Diretoria do clube vetou o nome de Giba para dirigir juniores em 1998
Treinador do Santos foi rejeitado pelo Palmeiras

DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Giba, apontado como principal responsável pela classificação do Santos para as semifinais do Campeonato Paulista, foi desprezado pelo seu adversário de hoje, o Palmeiras, em 1998.
Começando sua carreira como técnico de futebol após sofrer séria contusão no joelho, o ex-lateral direito do Corinthians foi indicado pelo diretor de futebol palmeirense, Sebastião Lapola, para dirigir o time júnior do Parque Antarctica há dois anos.
O nome de Giba constava de uma lista de treinadores indicados para suceder Élcio logo após a Taça São Paulo de juniores daquela temporada.
O técnico Luiz Felipe Scolari, que opinou sobre o nome do novo treinador, vetou Giba e indicou dois amigos seus que tinham origem no Rio Grande do Sul.
Os nomes foram colocados em votação durante uma reunião de diretoria, e Play de Freitas acabou vencendo o pleito.
"Não poderia decidir sozinho. Os nomes foram colocados à mesa, e o Play acabou sendo escolhido. Mas não posso negar que minha preferência era pelo Giba. Ele já era um homem talhado a fazer sucesso", afirmou Lapola.
De acordo com um diretor do Palmeiras que pediu para não ser identificado, Scolari teve influência decisiva no veto a Giba.
O técnico palmeirense nega. "O Giba é um grande treinador. Fui eu quem o indicou para treinar as categorias de base do Etti", declarou Scolari.
Segundo esse mesmo integrante da diretoria palmeirense, a indicação de Scolari aconteceu um ano depois do veto.
Lapola confirma. "Depois o Felipe falou para o Bagatella (Marcos Bagatella, diretor do Etti-Jundiaí, time de propriedade da Parmalat) que o Giba era um bom nome. Isso aconteceu em 99."
Lapola e Giba se conheceram quando o atual diretor palmeirense dirigia a Ponte Preta, em 92. "Ele estava se tratando de um problema sério no joelho, jogava ainda. Na época, já mostrou que era um homem íntegro porque não quis receber um tostão da Ponte, já que não tinha condições de jogar. Ele não quis assinar contrato. Qualquer jogador na situação dele, com a carreira terminando, tentaria ganhar o máximo que pudesse", afirmou Lapola.
Por ironia do destino, o veto acabou sendo bom para Giba. O ex-lateral foi para o Santos, firmou-se como treinador da equipe aspirante e ganhou uma chance no time profissional, após a demissão de Carlos Alberto Silva. Sob seu comando, o Santos melhorou de produção e conseguiu quatro vitórias e um empate.
Segundo Lapola, Giba não chegou a ser contatado oficialmente em 98. "Tinha um currículo dele e chegamos a conversar sobre o assunto, mas acabou não dando certo", disse o dirigente.
Como seu opositor de hoje, Giba tem um estilo gaúcho de treinar. Gosta de montar seu time com força na marcação e raça.
E, para os santistas, o jeito gaúcho de jogar será a marca das semifinais do Paulista, em que o Palmeiras tem a vantagem de jogar por dois empates.
Parte dos atletas das equipes é oriunda de Estados da região Sul. No Santos, há André Luiz, Claudiomiro e Anderson. No Palmeiras, Argel, Basílio, Alex, além do técnico, Luiz Felipe Scolari.
"Deverá ser um jogo bastante truncado por causa da maneira de jogar dos dois times. A equipe que tiver mais vontade vai vencer", declarou Claudiomiro.
Apesar do êxito que até agora obteve na direção do Santos, Giba considera o atual estágio do Palmeiras superior.
"O Felipe já vem trabalhando com o time do Palmeiras há um certo tempo. O trabalho dele está na frente do meu. Só que agora se trata de um clássico, em que não há favoritos. Além disso, o Santos está em ascensão", disse o treinador. (FERNANDO MELLO)


Colaborou a Agência Folha, em Santos


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