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FUTEBOL
Diretoria do clube vetou o nome de Giba para dirigir juniores em 1998
Treinador do Santos foi rejeitado pelo Palmeiras
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico Giba, apontado como
principal responsável pela classificação do Santos para as semifinais do Campeonato Paulista, foi
desprezado pelo seu adversário
de hoje, o Palmeiras, em 1998.
Começando sua carreira como
técnico de futebol após sofrer séria contusão no joelho, o ex-lateral direito do Corinthians foi indicado pelo diretor de futebol palmeirense, Sebastião Lapola, para
dirigir o time júnior do Parque
Antarctica há dois anos.
O nome de Giba constava de
uma lista de treinadores indicados para suceder Élcio logo após a
Taça São Paulo de juniores daquela temporada.
O técnico Luiz Felipe Scolari,
que opinou sobre o nome do novo treinador, vetou Giba e indicou
dois amigos seus que tinham origem no Rio Grande do Sul.
Os nomes foram colocados em
votação durante uma reunião de
diretoria, e Play de Freitas acabou
vencendo o pleito.
"Não poderia decidir sozinho.
Os nomes foram colocados à mesa, e o Play acabou sendo escolhido. Mas não posso negar que minha preferência era pelo Giba. Ele
já era um homem talhado a fazer
sucesso", afirmou Lapola.
De acordo com um diretor do
Palmeiras que pediu para não ser
identificado, Scolari teve influência decisiva no veto a Giba.
O técnico palmeirense nega. "O
Giba é um grande treinador. Fui
eu quem o indicou para treinar as
categorias de base do Etti", declarou Scolari.
Segundo esse mesmo integrante
da diretoria palmeirense, a indicação de Scolari aconteceu um
ano depois do veto.
Lapola confirma. "Depois o Felipe falou para o Bagatella (Marcos Bagatella, diretor do Etti-Jundiaí, time de propriedade da Parmalat) que o Giba era um bom
nome. Isso aconteceu em 99."
Lapola e Giba se conheceram
quando o atual diretor palmeirense dirigia a Ponte Preta, em 92.
"Ele estava se tratando de um
problema sério no joelho, jogava
ainda. Na época, já mostrou que
era um homem íntegro porque
não quis receber um tostão da
Ponte, já que não tinha condições
de jogar. Ele não quis assinar contrato. Qualquer jogador na situação dele, com a carreira terminando, tentaria ganhar o máximo
que pudesse", afirmou Lapola.
Por ironia do destino, o veto
acabou sendo bom para Giba. O
ex-lateral foi para o Santos, firmou-se como treinador da equipe aspirante e ganhou uma chance no time profissional, após a demissão de Carlos Alberto Silva.
Sob seu comando, o Santos melhorou de produção e conseguiu
quatro vitórias e um empate.
Segundo Lapola, Giba não chegou a ser contatado oficialmente
em 98. "Tinha um currículo dele e
chegamos a conversar sobre o assunto, mas acabou não dando
certo", disse o dirigente.
Como seu opositor de hoje, Giba tem um estilo gaúcho de treinar. Gosta de montar seu time
com força na marcação e raça.
E, para os santistas, o jeito gaúcho de jogar será a marca das semifinais do Paulista, em que o
Palmeiras tem a vantagem de jogar por dois empates.
Parte dos atletas das equipes é
oriunda de Estados da região Sul.
No Santos, há André Luiz, Claudiomiro e Anderson. No Palmeiras, Argel, Basílio, Alex, além do
técnico, Luiz Felipe Scolari.
"Deverá ser um jogo bastante
truncado por causa da maneira
de jogar dos dois times. A equipe
que tiver mais vontade vai vencer", declarou Claudiomiro.
Apesar do êxito que até agora
obteve na direção do Santos, Giba
considera o atual estágio do Palmeiras superior.
"O Felipe já vem trabalhando
com o time do Palmeiras há um
certo tempo. O trabalho dele está
na frente do meu. Só que agora se
trata de um clássico, em que não
há favoritos. Além disso, o Santos
está em ascensão", disse o treinador.
(FERNANDO MELLO)
Colaborou a Agência Folha, em Santos
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