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Guga, agora, planeja até ser mochileiro
Aposentado e com US$ 15 mi na carreira só em premiações, brasileiro, que ainda joga duplas, quer percorrer Europa
Tenista, que namora a
jogadora de vôlei de praia
Carol, afirma que "não quer
morrer solteirão" e indica
que deseja fazer faculdade
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
Aposentado aos 31 anos e
com quase US$ 15 milhões apenas em prêmios na carreira,
Gustavo Kuerten disse ter vontade de fazer agora o que algumas pessoas fazem quando
mais novas e com muito menos
dinheiro no bolso: ""mochilar"
por dois meses na Europa.
""Por 15 anos, minha prioridade foi o tênis", disse Guga,
que ainda disputa a chave de
duplas em Roland Garros, mas
já se considera aposentado
após o duelo de anteontem com
o francês Paul-Henri Mathieu.
O ex-número do mundo disse que não quer morrer solteirão e que se casar é um processo natural agora que o tênis deixou de ser prioridade. Ele namora a jogadora de vôlei de
praia Carol, filha da ex-jogadora Isabel. ""Tá legal [o namoro],
a gente se conheceu há pouco
tempo e está se conhecendo."
Guga, que gosta de surfe,
brincou com o local de trabalho
da namorada ("Ser na praia me
ajuda.") e o fato de Isabel ser casada com o ex-tenista Thomaz
Koch ("Tá tudo em casa.").
Após dizer que sempre gostou de cálculo e matemática e
de estudar em grupo, Guga
também demonstrou vontade
de fazer faculdade, mas não a
curto prazo. "É difícil entender
a minha cabeça agora", disse.
O tricampeão de Roland Garros contou que teve longo período de sono após a despedida
de anteontem. "Dormi das
23h30 até as 11h. Fazia quase
dois anos que não jogava três
sets, naquela intensidade, quase duas horas." A noite de sono
foi bem diferente da véspera do
confronto com Mathieu.
Torcedor símbolo do Avaí,
Guga ficou ouvindo a transmissão da partida de seu time contra o Barueri pela Série B. "Fui
dormir quando estava 2 a 0.
Acordei às 4h, entrei na internet rapidinho e vi que empatou
em 2 a 2. Faltou o torcedor."
Apesar da preparação para a
despedida (três semanas treinando de seis a sete horas por
dia), assim que foi definido seu
rival em Roland Garros, o brasileiro sabia que teria poucas
chances de disputar mais de
uma partida em seu torneio
preferido, mas diz estar tranqüilo. ""Estava convicto de que
aquele seria meu último jogo."
A calma só não é maior porque há a partida de duplas, ao
lado do francês Sebastien Grosjean, contra os também franceses Julien Benneteau e Nicolas
Mahut. A data não foi definida.
A parceria, acertada no Masters Series de Miami, ficou
ameaçada por causa de uma lesão de Grosjean, que nem está
na chave de simples. ""Vai ser
mais uma oportunidade de dar
mais uma curtida mesmo."
Após encerrar a participação
em duplas também, Guga planeja deixar Paris por alguns
dias, mas volta à capital francesa para a homenagem que a organização do torneio organiza
com campeões do evento em
comemoração dos 80 anos da
quadra Philippe Chatrier, a
principal do complexo, no domingo da final masculina.
Antes disso, porém, Guga deve festejar com os amigos.
"A turma do pagode está aí.
Com certeza, vamos incomodar um pouco em algum lugar."
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