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Pelé confirma planos de
criar Superliga no Brasil
das agências internacionais
O ex-jogador Pelé confirmou ontem que está estudando a possibilidade de criar uma Superliga de
clubes no Brasil.
A Folha divulgou no dia 14 de
março o projeto de Superliga com
os grandes times do país idealizado pelo ex-ministro dos Esportes.
A Superliga, independente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), teria apoio da Media
Partners, empresa que já tentou
formar uma Superliga na Europa.
"Sim, nós estamos discutindo a
questão com a Media Partners"
disse Pelé em Barcelona, onde assistiu ontem à final da Copa dos
Campeões entre Manchester United e Bayern de Munique.
O projeto de Pelé já pode ser viabilizado no país na medida em que
foi aprovada lei, idealizada pelo
ex-jogador, que permite a formação de ligas independentes.
"Com a Lei Pelé, nós tentamos
dar aos clubes a oportunidade de
virar empresas, como já são os clubes na Europa", disse Pelé.
Segundo a Lei Pelé, os clubes têm
que virar empresas até março do
ano que vem. Os grandes clubes do
país já estão profissionalizando
seus departamentos de futebol visando se adaptar à lei.
O Corinthians, por exemplo, é
gerenciado agora pela multinacional norte-americana HMTF.
Pelé citou como exemplos de sucesso as transações recentes de
Vasco e Flamengo, que fecharam
contratos milionários com grandes empresas estrangeiras -o
Vasco acertou com o Nations
Bank, e o Flamengo fechou com a
ISL, empresa de marketing esportivo que é parceira da Fifa.
"Não somente a Media Partners
como também outros grupos estão
adquirindo clubes no Brasil. Existe
um monte de companhias querendo adquirir times", disse.
Em seu discurso, o ex-ministro
dos Esportes mostrou-se contrário
à formação de monopólios no setor, fato já levantado e desestimulado pela Fifa, entidade que comanda o futebol mundial.
"Se uma companhia tem três ou
quatro times, isso pode ser perigoso para o futebol", disse.
Pelé, por meio de sua empresa de
marketing esportivo, a Pelé Sports,
representa a ISL no Brasil, poderoso grupo que já fechou com o Flamengo e que quer negociar com
outros clubes, como o São Paulo
-a Pelé Sports Marketing também representa no Brasil o Nations Bank, parceiro do Vasco.
O presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, disse que não irá permitir que dois clubes gerenciados
pelo mesmo grupo disputem uma
mesma competição.
Pelé disse que, com o apoio financeiro de multinacionais, os
clubes brasileiros terão como
manter em seus elencos os principais jogadores do país.
"Se a organização fosse melhor,
talvez nós poderíamos manter os
jovens jogadores no Brasil. O futebol brasileiro é hoje realmente um
supermercado para clubes estrangeiros", disse Pelé.
O projeto de Superliga da Media
Partners para a Europa esteve perto de ser concluído, mas a Uefa, entidade que controla o futebol europeu, cedeu aos interesses dos clubes e reformulou seu calendário.
A Media Partners ofereceu uma
proposta de torneio milionário,
envolvendo os principais clubes
do continente. Os grandes clubes
europeus jogariam a competição
independentemente de suas posições nos campeonatos nacionais,
que ficariam em segundo plano.
A Uefa resolveu então enriquecer
seus torneios. Na próxima temporada, a Copa dos Campeões e a Copa da Uefa serão ampliadas, passando a ter mais times, especialmente dos países que contam com
um futebol mais desenvolvido.
Em contrapartida, a Recopa não
será mais disputada. A última edição do torneio foi disputada neste
ano e teve a Lazio como campeã.
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