FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Único brasileiro sobrevivente em Wimbledon, Flávio Saretta busca hoje, por volta das 9h30, uma vaga na oitavas-de-final contra um rival à primeira vista fácil.
Saretta enfrenta o espanhol Feliciano Lopez, 21 anos e 52º colocado no ranking de entradas.
Grande força do tênis, a Espanha tradicionalmente forma especialistas no saibro que dificilmente vão bem na grama.
Mas Lopez é uma exceção.
Entre os 13 espanhóis que aparecem no top 100, somente ele e o adolescente Rafael Nadal, 17, apresentam um melhor aproveitamento na grama do que no saibro. Nadal, porém, iniciou agora sua carreira, enquanto Lopez disputou seu primeiro torneio de primeira linha da ATP em 1998.
O espanhol venceu 36,6% de seus jogos na terra batida e 66,6% na grama. O número é o maior entre os tenistas top da Espanha, com exceção de Nadal, que estreou na grama em Wimbledon e também está na terceira rodada.
Em sua primeira participação em Wimbledon, no ano passado, Lopez foi às oitavas-de-final, quando perdeu do brasileiro André Sá por 3 sets a 1.
Nesta edição do torneio, o espanhol venceu suas duas primeiras partidas sem perder nenhum set.
Na segunda rodada, Lopez derrotou o russo Mikhail Youzhny, cabeça-de-chave número 16, que havia caído somente nas oitavas em suas duas participações anteriores em Wimbledon.
Saretta, 22 anos e 60º do mundo, apresenta o mesmo aproveitamento de Lopez na grama, mas com performances inferiores.
Na edição de 2002, sua estréia em Wimbledon, chegou à terceira rodada e também foi derrotado por Sá, por 3 sets a 2.
Neste ano, Saretta também eliminou um cabeça-de-chave na segunda rodada, o argentino Agustin Calleri (23). A diferença é que o brasileiro precisou de cinco sets e Calleri, em duas participações anteriores, não havia passado da estréia em Londres.
"Meu objetivo era, no mínimo, conseguir o mesmo resultado de 2002. Agora que cheguei até aqui quero mais", afirmou Saretta.
Como será o primeiro confronto entre Saretta e Lopez, o técnico do brasileiro, Carlos Chabalgoity, disse que iria conversar com Sá para ter mais informações sobre o adversário. "Sabemos que ele é canhoto, e isso já muda todo o esquema tático", disse o treinador.
Algoz dos dois jogadores em 2002, Sá, 82º do mundo, perdeu ontem do argentino David Nalbandian, atual vice-campeão, por 3 a 0 (6/2, 7/5 e 6/2). Como foi às quartas-de-final do ano passado e não chegou perto de repetir o desempenho, ele vai sofrer uma queda brusca no ranking.
Sá, que iniciou a temporada no 59º posto, vai perder 215 dos 501 pontos que tem atualmente. Com apenas 286, o brasileiro apareceria nesta semana na 135ª posição.


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