São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

Interesse superior

Itália recebe mão de juiz e pega Ucrânia, que tenta feito de Croácia e Turquia

ROUBADA descaradamente na Copa da Ásia, a Itália foi discretamente beneficiada pela arbitragem ontem, aqui na Europa. Faz parte dos famosos "interesses da Fifa", eufemismo cínico que os cartolas usam para manipular em nome do futebol. É verdade que a expulsão de Materazzi foi severa (melhor o rigor que a omissão diante da violência). Mas isso faz parte da simulação, porque o pênalti que decidiu o jogo quando não havia nem mais tempo para se respirar, foi daqueles forçados, com o defensor australiano caído e de costas. O Brasil que se prepare assim que passar, se passar, por Gana, a única zebra que sobrou para assombrar a Copa até aqui.
Só que a Itália, ao menos, apesar da mediocridade de seu time, fez o que pôde, ao contrário da enfadada Inglaterra. E até mereceu vencer pelo primeira tempo, quando criou pelo menos três chances de gol, contra uma dos rivais. Com 10 contra 11 no segundo tempo, a Itália se limitou a fazer o que mais gosta e sabe: defendeu-se.
Até o pênalti salvador assinalado por um espanhol sem o menor pudor. Pudor que também Carlos Alberto Parreira parece ter abandonado ao ser flagrado pelo "Fantástico" xingando todos os que queriam Ronaldo poupado de dar vexame. Que não se negue ao técnico, no entanto, o direito ao desabado privado que ficou público. É humanamente compreensível, e futebolisticamente justificado, principalmente se, hoje, Ronaldo seguir evoluindo, coisa passível de ser posta sob suspeita mesmo por aqueles que, como este pobre escriba, continuam a admirar sua capacidade de dar a volta por cima. Mas que não ficam cegos diante de dois gols contra o frágil Japão e não têm compromisso com o erro, seja para ganhar apostas ou por mero oportunismo.
Bom será se Parreira, ao menos, já que não tem Robinho, optar por entrar com Juninho e adiantar Ronaldinho para fazer dupla com o Fenômeno. De resto, a Itália terá a surpreendente Ucrânia, pela frente, disposta a repetir o que Bulgária, Croácia e Turquia fizeram nas três Copas passadas.


@ - blogdojuca@uol.com.br

Texto Anterior: Datafolha na Copa: Lições de dez anos atrás
Próximo Texto: Técnico banca fantasia africana
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.