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Suíça cai com defesa intacta
Ucrânia avança nos pênaltis e, pela 1ª vez, uma seleção é eliminada da Copa sem ter sofrido gols
No confronto em que os rivais foram vaiados após 120 minutos sem gols, suíços erram todas as suas cobranças no desempate
UIRÁ MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A COLÔNIA
Suíça e Ucrânia terminaram
ontem o tempo regulamentar
sob vaias da torcida. O gesto se
repetiu no intervalo da prorrogação. Era a resposta do público a um jogo em que predominaram os erros e que foi o único
0 a 0 das oitavas-de-final.
A disputa de pênaltis consagrou o jogo dos erros. Shevchenko, o astro ucraniano, errou o seu logo de cara. A Suíça
perdeu as três penalidades que
cobrou. O primeiro gol só saiu
quando o segundo batedor da
Ucrânia, Milevskiy, bateu à la
Djalminha e converteu.
Ao final, deu Ucrânia, 3 a 0. A
única representante que restou
do Leste Europeu no Mundial
enfrentará a Itália nas quartas-de-final. O jogo será na sexta-feira, em Hamburgo.
Com o resultado, a Suíça torna-se a primeira seleção na história a deixar uma Copa sem levar gols com a bola rolando e
também sem acertar sequer
uma cobrança de pênalti.
Num jogo em que as atenções
se voltavam para o duelo entre
Shevchenko e Zuberbühler, goleiro da Suíça, foi o arqueiro
ucraniano que brilhou. Shovkovskyi, eleito o melhor em
campo, defendeu duas cobranças de pênalti e ainda viu uma
delas bater no travessão.
Os 120 minutos sem gol serviram ao menos para o suíço
chegar a quatro jogos invicto
nesta Copa. Ao todo, foram 390
minutos sem tomar gol. É o melhor desempenho desde 1990,
quando Zenga, da Itália, atingiu
518 minutos sem ser vazado.
Os "recordes", porém, não
escondem o que foi o jogo.
O número de passes errados
da partida ficou bem acima da
média da Copa. Sem considerar
a prorrogação, foram 141 erros
de passe. A média é de 106. A
Ucrânia errou 77 vezes, e a Suíça, 64, segundo o Datafolha.
Também os chutes a gol não
tinham endereço certo. A Ucrânia errou oito dos dez chutes
que arriscou ao longo da partida. A Suíça, seis de 12.
No jogo de ontem, em Colônia, não houve nem sequer jogadas mais duras para esquentar o clima, como havia acontecido no duelo entre Portugal e
Holanda, anteontem.
Ao longo dos 120 minutos, o
árbitro precisou dar apenas um
cartão amarelo. Foi o mais demorado da Copa. Veio só aos
13min do segundo tempo. Além
de Suíça e Ucrânia, apenas o jogo de estréia, Alemanha e Costa
Rica, teve um único cartão.
O começo da partida indicou
o que seria o resto do jogo. As
duas equipes, lentas, não conseguiam chegar ao gol adversário. A Ucrânia arriscou apenas
três vezes no primeiro tempo,
sendo dois chutes de fora da
área. O lance mais perigoso,
uma cabeçada de Shevchenko,
tocou o travessão.
A Suíça, embora tenha arriscado mais nos primeiros 45 minutos -oito chutes-, só acertou a meta rival três vezes. Frei,
em cobrança de falta, mandou
na forquilha. Foram os dois
únicos lances de real perigo.
A 10 minutos do final do segundo tempo, o lateral Magnin,
da Suíça, fez uma jogada que seria trivial em qualquer jogo. Foi
à linha de fundo, cruzou mal, e a
zaga afastou para escanteio. Foi
o suficiente para ele pedir empolgação aos torcedores. Deu
certo, por 20 segundos.
Depois disso, a torcida só voltou a se empolgar com uma seqüência de dois ataques seguidos da Suíça, já na prorrogação.
Durou quase um minuto, e terminou com um passe errado.
O dia 26 de junho não dá
mesmo sorte aos suíços. Nas
outras duas vezes em que atuou
nessa data em Copas (1954, na
Suíça, e 1994, nos EUA), o time
também saiu derrotado.
Colaboraram MARIO HUGO MONKEN e
MARIANA BASTOS, da Reportagem Local
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