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Espanha vê em Zidane o "Cid" francês
Decadência do astro francês, pífio na Copa, não diminui o temor da seleção do país que assistiu de perto ao seu brilho
Para vencer a França, Fúria terá que quebrar tabu, já que, em Copas, nunca conseguiu superar uma seleção campeã mundial
MARIANA BASTOS
MARIO HUGO MONKEN
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com atuações pífias nesta
Copa do Mundo, Zinedine Zidane, 34, está longe de ser o
destaque da França. O Zizou de
2006 é apenas uma sombra daquele que levou a França ao
triunfo em 1998. Na Alemanha,
o capitão francês não fez sequer
uma finalização correta. Além
disso, a sua média de dribles é
inferior à de oito anos atrás (4
por jogo, contra 6,4).
Embora seja alvo de críticas
em seu país às vésperas do seu
adeus, o craque ainda é o principal temor da Espanha, rival
de hoje nas oitavas-de-final, em
Hannover. As duas equipes jogam na mesma data em que há
22 anos decidiram a Eurocopa
com vitória francesa por 2 a 0.
Será a partida de número 700
da história das Copas.
Para os espanhóis, a decadência de Zidane não importa:
a memória de suas atuações no
Real Madrid, seu último clube,
ainda assombra o país, que trata o craque como um "El Cid".
Principal herói da Espanha,
Cid -ou Rodrigo Díaz de Bivar-, inspirava tanto temor
aos mouros no século 11 que,
segundo a parte lendária da história, mesmo depois de morto,
foi amarrado a seu cavalo para
afugentar os inimigos que dominavam a Península Ibérica.
Só que, desta vez, o "El Cid"
está do lado oposto. Mesmo
mal e com a aposentadoria
anunciada assim que a França
deixar a Copa, Zidane é o nome
mais repetido pelos jogadores
espanhóis quando indagados
sobre os trunfos do rival.
"Zidane é um grande jogador.
Tomara que, pelo bem da Espanha, seja sua última partida",
afirmou o atacante Raúl, aniversariante do dia e ex-companheiro de clube de Zizou. Rivais
tradicionais concordam.
"Para ele, o mais importante,
é chegar longe no Mundial, que
será sua última grande aparição", disse o atacante Fernando
Torres.
Zidane costuma se dar bem
contra a Fúria. Na última partida oficial entre os rivais, na Eurocopa de 2000, ele fez um dos
gols da vitória de 2 a 1.
Pelo lado francês, a imprensa
especulou sobre a possibilidade
de ver Zidane como um reserva
de luxo. A melhor apresentação
dos Bleus foi no último jogo,
quando a França -sem contar
com o astro, suspenso- venceu
Togo. Críticas em relação à sua
forma física se sucederam.
O ponto de apoio do meia é a
confiança de sua equipe. "O que
separa a França da Espanha, é
que temos Zidane", disse o zagueiro Eric Abidal.
E, se depender do retrospecto espanhol nas Copas, o meia
francês ainda deve prosseguir
no Mundial. A Espanha espera
quebrar um tabu. Nunca, em
Copas, a Fúria bateu um time
campeão mundial.
Com agências internacionais
NA TV - Espanha x França
Globo, Sportv, Bandsports, ESPN
Brasil e DirecTV, ao vivo, às 16h
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