São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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pra valer

Dunga faz estréia à parte na estréia da seleção

México, hoje, é o 1º oponente do técnico em um jogo oficial com o time brasileiro

Sem nenhuma partida como treinador na América do Sul, ex-volante começa a Copa América, na Venezuela, ainda como uma incógnita


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO ORDAZ

Para a seleção brasileira, mais uma estréia em Copa América. Para Dunga, um debute histórico em um torneio à frente da equipe nacional. O México, adversário de hoje, às 21h45, é o primeiro teste de fogo para o novato treinador.
""Nós sabemos que o Brasil ganhou poucas edições da Copa América [sete, contra 14 de Argentina e Uruguai]. E ganhou poucas fora de casa [três, em 1997, 1999 e 2004]. Mas a seleção brasileira entra sempre para ganhar", disse Dunga sobre sua expectativa para o torneio.
O gaúcho, que fará hoje seu primeiro jogo como técnico na América do Sul, assumiu a equipe após o fracasso na Copa da Alemanha para a surpresa de muitos. Conseguiu em 2006 uma série de bons resultados e ganhou respeito por renovar o time, até deixando astros como Ronaldinho e Kaká na reserva.
Neste ano, porém, obteve, em cinco amistosos, duas vitórias, dois empates e uma derrota -o aproveitamento caiu bem para quem teve no ano passado cinco triunfos e só um empate.
Na hora de formar a lista de convocados, problemas e estresse. Kaká e Ronaldinho pediram férias. Zé Roberto foi relacionado, mas não quis seguir com o grupo. Lúcio, possível titular na zaga, está lesionado.
Para piorar, nos treinos e coletivos de preparação, o rendimento do time não foi bom, mais especialmente no ataque.
A incógnita que cerca a carreira do técnico Dunga pode encontrar uma resposta já na Copa América. E, apesar de a CBF ter garantido o treinador até a Copa de 2010, a história recente da seleção não é muito aliada da estabilidade.
Na administração Ricardo Teixeira, que assumiu a presidência da CBF no final dos anos 80, algumas apostas em treinadores que não eram nem de longe unanimidade foram feitas, e o final dessas curtas ""eras" se deu após torneios que não eram a Copa do Mundo.
Falcão assumiu após o fiasco na Copa-90. Renovou a equipe, mas sucumbiu na Copa América seguinte e caiu. Leão comandou a seleção em parte das eliminatórias da Copa-02, mas o tropeço na Copa das Confederações-01 lhe custou o cargo. Ricardo Gomes, outro ex-atleta, dirigiu a seleção sub-23 e ruiu logo no Pré-Olímpico-04.
Vanderlei Luxemburgo perdeu seu posto após derrota na Olimpíada-00, mas, além de ter chegado à seleção como técnico de ponta, iniciou com fôlego ao vencer a Copa América-99, edição mais esvaziada que a atual.
Na gestão Teixeira, o único que chegou à Copa no comando da seleção tendo fracassado feio em competição que não é Mundial foi Luiz Felipe Scolari. O treinador do tetra decepcionou na Copa América-01, mas teve forças para recuperar o grupo e guiá-lo à Copa-02.
""Não consigo analisar essa situação de que o Dunga está sendo testado. Ele é meu chefe. Ele é que está me testando", declarou Diego, que tem a confiança do atual treinador até para usar a badalada camisa 10.
""É difícil comparar o trabalho de um treinador experiente com o de um que está começando. O Dunga tem feito um bom trabalho. Acho que evoluímos nas jogadas laterais e na bola parada nos últimos treinos", continuou o meia, que, sob o comando do experiente Carlos Alberto Parreira, venceu a última Copa América, em 2004.


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