JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Pelos tempos de ontem, a briga entre Schumacher e os McLarens será mesmo interessante neste fim-de-semana de Copa do Mundo. Com apenas um jogo de pneus, manteve-se entre os líderes da primeira sessão francesa.
Além da recuperação da Goodyear, o alemão conta com novos componentes, alguns já experimentados no GP do Canadá, como a asa dianteira.
Cinco pontos à frente de Coulthard e a 12 de Hakkinen, Schumacher pode equilibrar de vez o campeonato se, de fato, a McLaren tiver perto de seu limite de reação, o que ninguém sabe ainda.
Um equilíbrio obtido em grande parte pela Goodyear e pelo revés duplo da McLaren em Montreal. O que interessa, porém, é quanto esse desejado equilíbrio contribuirá para acirrar as diversas disputas pessoais que a F-1 alimenta desde a última corrida.
Com a disputa parelha, a tendência são os duelos aumentarem. A F-1, porém, não parece preparada para isso. Como se comportarão, por exemplo, Schumacher e Frentzen, ainda mais após o acidente da semana passada? O mesmo poderia ser dito de Schumacher e Hill.
Coulthard esforça-se para assumir o papel de mediador, reivindicando um código de conduta para os pilotos. Tem gente até que sugere importar os cartões do futebol para punir infratores, pura bobagem.
Ao contrário de outras modalidades do esporte a motor, como o rali, por exemplo, onde o piloto dirige defensivamente, a F-1 exige agressividade -claro, dentro dos limites do razoável.
A ultrapassagem, que, para muitos, resume a emoção do automobilismo, é uma manobra ofensiva. O toque de rodas, fechada, muitas vezes, é válida.
O problema da F-1 não passa pelas regras, mas pela técnica. Dependendo do circuito e do equipamento, qualquer piloto um pouco esperto segura até um Schumacher.

NOTAS

Petrobrás
A estatal cumpriu a promessa que fez em Imola. E as Williams devem queimar sua gasolina, hoje, no treino oficial.

Bolsa
Ecclestone está encontrando tantos problemas para abrir o capital de sua F-1 S.A. que, dizem, já está quase desistindo do projeto. A pressão da União Européia, que vê monopólio no contrato do chefão com a FIA, parece ser o empecilho.

Toyota
Depois de a Honda anunciar que testa seu primeiro F-1 desde os 60 até o fim do ano, escuta-se que a Toyota também tem seu projeto na categoria.

Deserto
Não havia alma viva nas arquibancadas de Magny-Cours, ontem. Na verdade, nunca foi diferente. Mas os organizadores prometem passar França x Paraguai pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo nos telões do circuito após a corrida.



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