São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2000


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FUTEBOL
Competição do Clube dos 13 será deficitária, alegam times do interior
Pequenos de SP usam Copa como treino para Paulista


FÁBIO SOARES
KARINA OGO
DAS REGIONAIS

Relegados à terceira divisão da Copa João Havelange e engessados pela impossibilidade de acesso, clubes do interior de São Paulo vão usar a competição mais inchada de todos os tempos como treinamento antecipado visando o Campeonato Paulista de 2001.
Oito das 11 equipes "caipiras" convidadas a integrar o Módulo Branco vão utilizar predominantemente atletas juniores e reduzir de forma drástica os custos em comparação com a edição do Paulista deste ano.
A idéia é fazer um grande laboratório, na base de "o que vier é lucro". "A média de idade não vai passar de 21 anos. Queremos fazer experiências, colocar nossos atletas na vitrine e já deixar uma base para o Paulista de 2001, nossa prioridade", comentou o presidente do Rio Branco de Americana, Frederico Antonio Pantano.
A posição é compartilhada por dirigentes de Etti Jundiaí, São José, Olímpia, Ituano, Mogi Mirim, Comercial e União Agrícola Barbarense. "Vamos gastar no máximo R$ 20 mil com a folha de pagamento. No Campeonato Paulista da A-2 esse valor era dez vezes maior", disse o presidente do São José, Manoel Bueno.
O arrocho no União Agrícola foi semelhante: os R$ 240 mil gastos mensalmente no Paulista vão cair para R$ 30 mil. "Claro que nós vamos participar dessa competição pensando no título, apesar de difícil, mas o objetivo é aproveitar o campeonato para formar jogadores que possam ser usados no Paulista", disse Roberto Mantovani Filho, presidente do clube.
A posição mais radical no interior foi a do América de São José do Rio Preto, que acabou desistindo da disputa alegando falta de condições financeiras.
Até o final da tarde de ontem estava prevista a participação de 91 clubes nos Módulos Amarelo, Verde e Branco. Fora o interior, São Paulo é representado por equipes da capital, do ABCD e da Baixada Santista (Portuguesa).
"Esse Brasileiro (Copa João Havelange) não leva a nada. Ninguém sobe, ninguém desce, não dá dinheiro", disse Pantano.
Segundo o gerente de futebol do Mogi Mirim, Henrique Stort, "as responsabilidades nos dois campeonatos (Paulista e Brasileiro) não se comparam". "Vamos fazer testes para ver quem poderá ser aproveitado."
Sem poder político no Clube dos 13 ou na CBF (Confederação Brasileira de Futebol), os times do interior foram quase todos relegados à terceira divisão da Copa.
Já clubes de outras regiões do país, como o Nacional-AM, que em 99 não disputou sequer a Série C do Brasileiro, ganharam vaga na segunda divisão da Copa.
Os clubes paulistas incluídos no Módulo Amarelo (Botafogo, Bragantino, XV de Piracicaba, União São João e São Caetano), equivalente à segunda divisão, adotam um discurso mais moderado em relação à Copa João Havelange.
Apesar de não estarem prevendo investimentos faraônicos, os clubes estão contratando, ou mantendo a base disponível no estadual, caso do São Caetano.
Três equipes dessa divisão (o campeão dos grupos A e B e o melhor segundo na classificação geral) se unem aos 12 primeiros do Azul e a um representante da terceira nas oitavas-de-final. A partir daí é mata-mata.
"Isso é bom para nós. Temos a chance, de repente, de estar disputando uma vaga contra um Flamengo", vislumbrou o diretor de marketing do União São João, Pedro Morgado.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, prometeu cotas de 23 passagens aéreas por jogo, mais R$ 2.000 e o mandante dos jogos terá direito de ficar com a renda.
De acordo com a previsão de Koff, o prejuízo também será do Clube dos 13, que perderia R$ 8 milhões com a organização dos jogos. Ainda não estão totalmente definidas as tabelas dos módulos inferiores da Copa.


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