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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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Fórmulas esdrúxulas alongam Estaduais

DA REPORTAGEM LOCAL

Em alguns Estados brasileiros, o capítulo do Estatuto do Torcedor que manda os clubes profissionais terem atividades por praticamente toda a temporada está bem perto de ser cumprido.
Com fórmulas esdrúxulas, principalmente no Nordeste, alguns campeonatos estaduais, apesar do pequeno número de participantes, já têm quase ou até mais de seis meses de disputa.
O caso mais emblemático acontece em Pernambuco. Mesmo com Sport, Náutico e Santa Cruz na segunda divisão do Brasileiro, a federação local organiza o mais longo campeonato entre os Estados mais tradicionais da bola.
A competição, que teve apenas dez agremiações, começou em 25 de janeiro -ou seja, há mais de seis meses. Depois de três turnos, sendo que no terceiro ainda aconteceu uma fase classificatória, Sport e Santa Cruz começam a decidir o título nesta semana.
Cada um dos finalistas, mesmo com compromissos pela Série B e Copa do Brasil, já fez 26 partidas pelo Pernambucano. Pelo calendário oficial da CBF, os Estaduais só poderiam ter 12 rodadas -São Paulo teve apenas 11.
Em outros lugares, apesar de equipes e rendas ainda mais modestas, a situação é a mesma.
No Maranhão, Estado que vai ter sete equipes na próxima Série C do Brasileiro, o campeonato local se arrasta desde março -o fim dele está previsto para o início do próximo mês.
Para deixar 12 clubes em atividade por tanto tempo, foi criada uma fórmula com dois turnos, com grupos de quatro equipes, repescagem e jogos eliminatórios de ida e volta a partir das quartas-de-final de cada um dos turnos.
Na Paraíba, outro Estado nordestino, a situação é bastante parecida. Os dez clubes da primeira divisão disputam o título também desde março. A competição ainda está na fase de semifinais do segundo turno. Pelo regulamento, o time campeão poderia realizar até 26 partidas.
Mas em termos de maratona ninguém ganha de Sergipe.
Apesar de pequeno, o Estado conseguiu reunir 14 equipes na sua primeira divisão, o que proporcionou o mais longo Estadual de todo o país.
O Sergipano-2003 começou no final de janeiro e só vai acabar perto do fim de agosto.
Para levantar a taça, dependendo dos resultados de cada fase, o campeão pode entrar em campo inacreditáveis 40 vezes.

Mais espaço
Enquanto os Estados menos importantes no cenário da bola fazem seus campeonatos sem se importar com o calendário nacional, as unidades da federação mais tradicionais já articulam para revitalizar suas competições.
Na sua campanha para nova reeleição no Rio, Eduardo Viana promete esticar o prazo de disputa do seu Estadual.
Em São Paulo, cuja federação sempre gosta de alardear a rentabilidade do Paulista, os cartolas também prometem um campeonato mais longo na próxima temporada. (PAULO COBOS)


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