São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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VÔLEI

Atração na Vila, seleção decide hoje ida à final

Time encara Venezuela, que em 2003 impôs o pior revés da era Bernardinho

Jogadores dão corridinhas e recorrem a carrinho de golfe para escapar de assédio de esportistas e voluntários e manter foco na revanche

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Além do cansaço e do baque pelo corte do levantador Ricardinho, a seleção de vôlei teve de encarar outro desafio para chegar à semifinal do Pan: ser celebridade em casa. Neste caso, literalmente no lugar que os jogadores deveriam descansar.
Na quase uma semana que passou na Vila, os atletas tiveram de driblar inesgotáveis pedidos de autógrafos e fotos a cada saída dos apartamentos.
Assédio que deve aumentar, e muito, caso time derrote a Venezuela hoje, às 22h, no ginásio do Maracanãzinho, e se classifique para a final. O Pan é o único título que falta a essa geração.
"Está uma loucura. Eu já dei umas corridinhas para fugir quando estava com pressa. Mas é normal, eu também já tive meus tempos de tiete", afirmou o levantador Marcelinho, que não se lembra mais nem com quais competidores tirou fotos.
Outros jogadores escolheram um meio mais engenhoso para não perder minutos precisos pelas ruas da Vila. Rodrigão, por exemplo, recorre ao carrinho de golfe para escapar.
"Às vezes a gente não consegue nem andar. Eu nunca vi uma coisa dessas", afirmou.
As principais tietes são os voluntários. Depois, aparecem os atletas da delegação nacional.
Bernardinho também sofre com o assédio, mas não ficou preocupado com a preparação da equipe. Nos treinos, os atletas não têm sido importunados.
"É diferente do que costuma acontecer com a gente, mas eu entendo, principalmente os voluntários. É uma coisa única para eles. Quando terão essa chance de novo? Ele tira a foto com um jogador e ganha o dia", disse o treinador, que já deu até "jeitinho" de tirar uma fotografia escondido com um fã para ele não levar bronca do chefe.
"O time está focado, não creio que isso atrapalhe", completou Bernardinho.
O foco agora é na partida de hoje, contra o algoz de Santo Domingo. No Pan de 2003, o Brasil perdeu da Venezuela exatamente na semifinal.
Agora, o time é comandado por outro velho conhecido dos brasileiros, o técnico Ricardo Navajas. Metade da equipe já passou por suas mãos.
Com carreira marcada por seu temperamento forte, o treinador sabe a forma de atuar dos rivais. E conhece mecanismos para tentar desestabilizá-los.
Nos últimos dias, Navajas vem destacando a fragilidade de sua equipe e as inúmeras qualidades da seleção do Brasil.
Para os brasileiros, é jogo de cena. "Joguei com ele no Suzano, sei bem como ele é. Ele fala essas coisas para mexer com os jogadores dele", afirmou Giba.


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