São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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JUCA KFOURI

Que delícia de campeonato


Mesmo com a Olimpíada em Pequim pela frente, nada mais parece poder atrapalhar o Brasileirão


GRÊMIO líder.
Inter em ascensão, ainda em sétimo lugar, mas apenas a seis pontos do rival gaúcho.
Palmeiras outra vez no G4.
Vitória a surpresa agradável e com cara de estabilidade.
Flamengo na vice-liderança.
Só para mencionar os que estão em cima, sem esquecer ainda do instável Cruzeiro.
E Galo, Fluminense e Santos na ZR, para não falar de Vasco e Furacão, que a rondam perigosamente.
E público, bom público nos estádios até nos meios de semana, como no último, com quase 20 mil pagantes em média por partida.
Além de gols, 35, na 14ª rodada, com clássicos que empataram 3 a 3, foram decididos por 4 a 2, além da acachapante goleada gremista em Floripa, 7 a 1.
É certo que nem sempre um jogo de muitos gols é sinônimo de bom jogo, ou porque o desnível se revela acentuado ou porque a enxurrada de tentos é fruto de erros, e não de acertos, como aconteceu em Floripa e no Palestra Itália.
Mas o Campeonato Brasileiro está sim bom de ver, de acompanhar, porque, ao menos, o que falta em técnica é compensado em emoção, e mesmo este "o que falta em técnica" precisa ser relativizado.
O campeonato está tão equilibrado que entre o time que tem dez pontos, na lanterna, o Ipatinga, ao líder, Grêmio, com 28, a escadinha dos 18 pontos que os separam só falha quatro vezes, porque não há times com 12, 14, 21 e 25 pontos.
E, além de belos jogos, como temos visto já com freqüência cada vez maior, há promessas a cada rodada de partidas palpitantes.
Como não encarar assim, por exemplo, dois jogos de hoje, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro?
Grêmio x Palmeiras, certamente com o Olímpico superlotado, é jogo para europeu nenhum botar defeito, sob quaisquer pontos de vista.
Flamengo x Botafogo, no Maracanã também com muita gente, reúne ingredientes de necessidade e dramaticidade para atender as exigências do torcedor mais crítico.
E com a vantagem de que dará para ver ambos, porque o primeiro será às 16h, e o segundo, às 18h10.
Sim, faltam talentos, como nos tempos em que o Grêmio tinha Renato Gaúcho, e o Palmeiras, Rivaldo.
Ou em que o Flamengo tinha Zico, e o Botafogo, Jairzinho, para não falar em Mané Garrincha, já que não se falou em Ademir da Guia na referência ao Palmeiras.
É verdade.
Mas não é menos verdade que, com toda nossa indiscutível política predatória de exportação de pé-de-obra, sempre que um time brasileiro consegue vencer a Libertadores acaba por ganhar o Mundial de Clubes, como aconteceu recentemente com São Paulo e Inter.
E a Libertadores tem, em regra, o nível do futebol que se joga por aqui. Basta dizer que, em suas 17 últimas edições, apenas em três oportunidades não houve um time brasileiro na final, além de terem acontecido duas decisões só com clubes nacionais.
O fato é que, se eu morasse em Belo Horizonte, iria ver hoje o Vitória contra o Galo, como, por morar em São Paulo, não perderei São Paulo x Portuguesa, jogo que ficou imprevisível depois dos resultados da quarta-feira passada.

blogdojuca@uol.com.br



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