São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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JUCA KFOURI

Ronaldo? Obina!!!


O que o Palmeiras fez com o Corinthians não estava nos sonhos nem dos mais fanáticos dos alviverdes


OBINA estraçalhou. O primeiro gol foi de peixinho, lindo peixinho, depois de um cruzamento mais que perfeito de Pierre. O segundo foi de pênalti, que ele precisou bater duas vezes para valer uma. E o terceiro foi num contra-ataque que ele combinou muito bem com Cleiton Xavier.
O Palmeiras deu um show de bola no Corinthians em Presidente Prudente, com público decepcionante, porque 30 mil pessoas cabem perfeitamente no Pacaembu. Chicão, que tem crédito, falhou duas vezes, nos dois primeiros gols, homenagem sem graça ao companheiro William, que voltava, e com quem ele não conhecia derrota havia mais de um ano com a camisa corintiana.
Mas que dê graças aos céus. Porque, se o Palmeiras tem por que agradecer ao Botafogo e ao Goiás, que venceram o Inter e o Galo, a verdade é que 3 a 0 foi pouco. Pois o Palmeiras mandou bola no travessão e mandou no jogo, ao obrigar Felipe a defender bolas que Marcos nem precisou e ao ser pressionado apenas no começo do segundo tempo, quando suportou bem a ensaiada reação corintiana.
Quem foi ver Ronaldo viu Obina, porque o Fenômeno ficou apenas 20 minutos em campo, antes de se machucar na mão.
Já o baiano, que não é melhor que o Eto'o mas cuja simpatia seduziu a exigente torcida palmeirense, deve ter ligado para agradecer e para consolar Vanderlei Luxemburgo, que o trouxe para o Palmeiras e já perdeu pelo Santos, na Vila Belmiro, contra o traumatizado e sempre surpreendente Flamengo.
Se o Corinthians vinha ensaiando levar uma traulitada dessas, o Palmeiras voltou a mostrar uma alegria de jogar e uma confiança em seu taco dignas de nota, além de um Souza, de cabelo vermelho -para lembrar os primeiros uniformes do Palestra Itália-, que promete ser uma das revelações deste equilibrado Brasileirão.
Muricy Ramalho e Mano Menezes têm tarefas bem distintas pela frente: o primeiro há de entrar em cena com luvas de pelica, pisando em ovos, para não quebrar o encanto que resistiu até a derrota em Goiânia no meio da semana.
O segundo precisará juntar os cacos, porque ele sabe muito bem que o 3 a 0 era para ter sido, no mínimo, o dobro. E que o Parque São Jorge começa a ficar deserto.

Muda CBF
Já está mais que constrangedor o ensurdecedor silêncio da CBF diante das travessuras de seu vice- -presidente para a região Norte, Fernando Sarney, embora o Maranhão fique no Nordeste. Quem dera, porém, que as enrascadas da CBF se limitassem às confusões geopolíticas, já que a indicação pode ser relativa ao Amapá, Estado pelo qual seu papá é senador.
Não bastassem as denúncias que nada têm a ver com futebol, mas que, por si só, exigiriam uma posição oficial, eis que desde quinta- -feira se sabe que o cartola do clã dos Sarney tem negócios com jogadores, algo terminantemente proibido pelo estatuto da Fifa, como esta Folha mostrou.
O silêncio cheira a cumplicidade desta CBF que adora sarna. Para não se coçar.

blogdojuca@uol.com.br


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