São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002

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BASQUETE

Pivô, que deixou o país há dois anos, se apresenta à seleção brasileira que irá disputar o Mundial de Indianápolis

Desconhecido, Baby é "salvação" do Brasil

Divulgação
Baby (à esq.), convocado às pressas para a seleção, disputa jogo pelo Arizona Western College


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Desconhecido no país, o pivô Rafael Araújo, o Baby, 22, virou peça-chave na seleção brasileira que irá disputar o Mundial de Indianápolis a partir de quinta.
Sem poder contar com o ala-pivô Nenê, do Denver Nuggets, único brasileiro na NBA, o técnico Hélio Rubens fez uma convocação de última hora, chamando os pivôs Luís Fernando e Baby.
"Fiquei surpreso em ser chamado pelo Hélio Rubens. Conhecia poucos jogadores do grupo, apenas o Guilherme, o Alex e o Tiago Splitter, que jogaram comigo a Copa América sub-21 em 2000", disse Baby, por telefone, à Folha.
A competição, disputada em Ribeirão Preto, acabou sendo marcante para o pivô. O Brasil ficou em quarto lugar e não obteve vaga para o Mundial da categoria.
Mas, apesar do vexame, Baby recebeu, após a disputa do torneio, um convite do técnico americano Kelly Green para jogar pelo Arizona Western College.
"Não sabia falar nada de inglês, mas viajei. Fui aprendendo aos poucos, até para sobreviver. Foi uma experiência importante para mim", disse o pivô, que aumentou sua força muscular durante os fortes treinamentos nos EUA.
"A preparação física aqui é uma coisa fora de série. Isso ajudou muito a desenvolver meu basquete. Tive uma grande evolução física", contou o pivô, que foi vice-campeão do Estado do Arizona em 2001 e irá atuar pela Brigham Young University, em Provo (Utah), nesta temporada.
"É uma boa equipe. Temos chance de ir longe", disse o pivô, sonhando em disputar as finais do basquete universitário, em março do ano que vem.
"Isso aumentaria minha visibilidade aqui nos EUA. Quando jogava no Arizona, fui observado por olheiros do Chicago Bulls e do Milwaukee Bucks", completou.
Com a saída de Luís Fernando, que desistiu de disputar o Mundial por causa de um contrato vantajoso para jogar a liga chinesa, Baby é nome quase certo na lista final de Hélio Rubens. Com 2,10 m e 120 kg, ele seria a opção natural do banco de reservas para revezar com Sandro em quadra.
Dos 13 jogadores que estão em Indianápolis, o treinador irá cortar um na véspera da estréia do Brasil, contra o Líbano. Hoje, Baby faz sua estréia na seleção brasileira adulta, em um amistoso contra a Nova Zelândia.
"Desde que ele foi para os EUA, não o vi mais jogar. Mas tive boas referências dele. Precisamos de um jogador naquela posição para fazer revezamento durante o Mundial", afirmou Hélio Rubens, que deve definir o time titular para a estréia com Helinho, Marcelinho, Rogério, Sandro e Anderson.
O técnico fez uma convocação inicial de 17 atletas em junho. Porém, após pedidos de dispensa (Valtinho e Luís Fernando) e contusões (Estevam, Michel e Nenê), ficou praticamente sem opções, mantendo os jogadores que sobraram após o período de treinos.



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