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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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TÊNIS

Campeãs de 7 dos últimos 9 Grand Slams, irmãs sofrem com problemas físicos

Aberto dos EUA fica "órfão" com ausência das Williams

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Ausentes do Aberto dos EUA, as irmãs Venus e Serena Williams esvaziaram a chave feminina do torneio e expuseram as dificuldades do tênis feminino americano em encontrar nomes novos para ocupar o espaço de suas estrelas.
Juntas, elas ganharam sete dos nove últimos Grand Slams, o que já as credencia como atração principal de qualquer competição feminina de tênis no mundo. Nos EUA, onde nasceram, o efeito é obviamente ainda maior, até porque suas maiores rivais nasceram do outro lado do Atlântico.
A primeira a desistir foi Serena, 21, que venceu duas vezes em Nova York, a última delas no ano passado. Ela disse que não jogaria após passar, recentemente, por uma operação no joelho. Semana passada, quem fez o anúncio foi Venus, 23, que alegou ter uma contusão muscular.
Campeãs dos quatro últimos Abertos dos EUA, as irmãs Williams foram durante meses o foco da publicidade do torneio -suas imagens eram destacadas na propaganda espalhada por Nova York para vender ingressos.
A falta que as duas fazem ao Aberto é bem medida pelo tamanho da discussão que geram à distância. Não importa o que façam em quadra, as outras jogadoras são questionadas sobre o significado da ausência da dupla.
"É realmente ruim para o torneio e para todas as jogadoras. Nós queremos alto nível", diz a belga Justine Henin-Hardenne, a única além de Serena a vencer um Grand Slam desde o Aberto da Austrália de 2002 -ganhou a última edição de Roland Garros.
Sua compatriota Kim Clijsters concorda. "A chave está bem aberta. Há muitas jogadores que estão se sentindo mais motivadas", diz a belga, que lidera o ranking mundial, mas joga o Aberto sob a desconfiança de falhar nos grandes torneios -ainda não venceu nenhum Grand Slam.
"Para algumas pessoas, [a ausência das irmãs Williams] é um alívio", diz a iugoslava Jelena Dokic. "Mas nós estamos vendo um pouco de mudança. Vimos que elas podem ser batidas. Estamos vendo mais gente chegando perto delas", afirma ela, tentando mudar de assunto. "Isso ainda vai ser um bom Aberto dos EUA."
A falta das irmãs Williams serviu também para mostrar que a renovação do tênis feminino americano é bem diferente da do masculino. Entre os homens, além da aposentadoria de Pete Sampras, os EUA viram o último jogo de Michael Chang, o mais jovem campeão de Grand Slam da história, que ontem perdeu do chileno Fernando Gonzalez por 3 a 1. Mas a atenção voltou, de imediato, para Andy Roddick, 20.
No feminino, os americanos tiveram como melhor opção torcer para Lindsay Davenport, Jennifer Capriatti e Chanda Rubin, todas com 27 anos.


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