São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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VÔLEI

Após início tranqüilo, seleção feminina abusa de erros à beira da vitória sobre a Rússia

Brasil trava, perde 7 match points e disputa o bronze pela 4ª vez seguida

LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Foram sete match points, seis no quarto set e um no quinto. Nenhum deles bem-sucedido.
A Rússia teve um. E conferiu.
Dessa forma, e com uma pane na quarta parcial que nem as atletas nem o técnico José Roberto Guimarães conseguiram explicar, a seleção feminina de vôlei perdeu a chance de, pela primeira vez, atingir uma final olímpica.
Diante de 8.150 pessoas no Estádio da Paz e Amizade, a equipe perdeu de virada por 3 a 2 (18/25, 21/25, 25/22, 28/26, 16/14).
"É difícil explicar o inexplicável. Não conseguimos marcar, no quarto set, o ponto que nos levaria para a final", resumiu ao fim do jogo um abatido Zé Roberto, que traçou como meta para esta Olimpíada voltar ao Brasil com uma medalha. Resta o bronze.
Pela quarta vez seguida, o Brasil entrará em quadra para disputar o terceiro lugar numa Olimpíada.
A derrota ontem foi doída. O Brasil atuou com consistência na maior parte do tempo diante do gigante time russo (1,88 m de média, o mais alto da competição).
Tanto que ganhou os dois primeiros sets com sobras -até no bloqueio, um dos pontos falhos da equipe, que tem média de 1,84 m de altura. Nessas parciais, as brasileiras obtiveram nove pontos no fundamento, contra quatro das rivais (20 a 12 no jogo inteiro).
As jogadoras comandadas por um irritado Nikolai Karpol, contudo, melhoraram a partir do terceiro set. Com a recepção mais consistente, passaram a concentrar os ataques em suas principais jogadoras, as gigantes Gamova (2,04 m) e Sokolova (1,94 m).
Nesse set, o Brasil já não contava mais com a ponta Érika, que teve fortes cólicas durante o dia e chegou a ser atendida no pronto-socorro da Vila Olímpica. Sassá, que a partir de então se destacou no jogo, entrou em seu lugar.
Foi no set seguinte, entretanto, que a seleção desperdiçou suas maiores chances. Teve 24 a 19 no placar. Sacou duas vezes para fechar, não deu -Mari e Walewska não tiveram sucesso no bloqueio.
Recebeu o saque quatro vezes para fechar e falhou -Mari errou dois ataques, Walewska um, e Virna foi barrada pelo bloqueio.
Durante as tentativas, Zé Roberto pediu dois tempos, solicitou "calma", combinou as jogadas. Não funcionou. Cheias de moral, as russas ganharam a parcial, levando o jogo para o tie-break.
Nele, o Brasil ainda conseguiu abrir 12 a 9. Porém dois erros (um de Mari, outro de Sassá) deixaram o rival encostar. A chance de a seleção, com 14/13, fechar parou numa cortada de Sokolova.
A Rússia virou ao bloquear Virna, e a derrota brasileira veio em uma cortada para fora de Mari.
O rival pelo terceiro bronze seguido, às 12h de amanhã, será Cuba, tricampeã olímpica. As russas pegarão as chinesas pelo ouro.


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