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VÔLEI
Após início tranqüilo, seleção feminina abusa de erros à beira da vitória sobre a Rússia
Brasil trava, perde 7 match points e disputa o bronze pela 4ª vez seguida
LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Foram sete match points, seis
no quarto set e um no quinto. Nenhum deles bem-sucedido.
A Rússia teve um. E conferiu.
Dessa forma, e com uma pane
na quarta parcial que nem as atletas nem o técnico José Roberto
Guimarães conseguiram explicar,
a seleção feminina de vôlei perdeu
a chance de, pela primeira vez,
atingir uma final olímpica.
Diante de 8.150 pessoas no Estádio da Paz e Amizade, a equipe
perdeu de virada por 3 a 2 (18/25,
21/25, 25/22, 28/26, 16/14).
"É difícil explicar o inexplicável.
Não conseguimos marcar, no
quarto set, o ponto que nos levaria para a final", resumiu ao fim
do jogo um abatido Zé Roberto,
que traçou como meta para esta
Olimpíada voltar ao Brasil com
uma medalha. Resta o bronze.
Pela quarta vez seguida, o Brasil
entrará em quadra para disputar
o terceiro lugar numa Olimpíada.
A derrota ontem foi doída. O
Brasil atuou com consistência na
maior parte do tempo diante do
gigante time russo (1,88 m de média, o mais alto da competição).
Tanto que ganhou os dois primeiros sets com sobras -até no
bloqueio, um dos pontos falhos
da equipe, que tem média de 1,84
m de altura. Nessas parciais, as
brasileiras obtiveram nove pontos no fundamento, contra quatro
das rivais (20 a 12 no jogo inteiro).
As jogadoras comandadas por
um irritado Nikolai Karpol, contudo, melhoraram a partir do terceiro set. Com a recepção mais
consistente, passaram a concentrar os ataques em suas principais
jogadoras, as gigantes Gamova
(2,04 m) e Sokolova (1,94 m).
Nesse set, o Brasil já não contava
mais com a ponta Érika, que teve
fortes cólicas durante o dia e chegou a ser atendida no pronto-socorro da Vila Olímpica. Sassá, que
a partir de então se destacou no
jogo, entrou em seu lugar.
Foi no set seguinte, entretanto,
que a seleção desperdiçou suas
maiores chances. Teve 24 a 19 no
placar. Sacou duas vezes para fechar, não deu -Mari e Walewska
não tiveram sucesso no bloqueio.
Recebeu o saque quatro vezes
para fechar e falhou -Mari errou
dois ataques, Walewska um, e
Virna foi barrada pelo bloqueio.
Durante as tentativas, Zé Roberto pediu dois tempos, solicitou
"calma", combinou as jogadas.
Não funcionou. Cheias de moral,
as russas ganharam a parcial, levando o jogo para o tie-break.
Nele, o Brasil ainda conseguiu
abrir 12 a 9. Porém dois erros (um
de Mari, outro de Sassá) deixaram
o rival encostar. A chance de a seleção, com 14/13, fechar parou numa cortada de Sokolova.
A Rússia virou ao bloquear Virna, e a derrota brasileira veio em
uma cortada para fora de Mari.
O rival pelo terceiro bronze seguido, às 12h de amanhã, será Cuba, tricampeã olímpica. As russas
pegarão as chinesas pelo ouro.
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