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estatística
Densidade defensiva faz o nível cair
DA REPORTAGEM LOCAL
Além da média de gols, a
mais baixa dos últimos dez
anos, encher o campo de
zagueiros tem um efeito
colateral nada bom.
O Brasileiro-06 é um
exemplo muito bem acabado dos estilos ligação direta e pingue-pongue do
futebol atual.
O Datafolha atesta esses
dois fatos. O número de
lançamentos, quase 17 por
jogo, é o maior deste século. E não é o caso de passes
longos de meias classudos,
como o tricampeão mundial Gérson.
Lançamento no Nacional é coisa de zagueiro, o
que muitas vezes transforma a jogada em simples
chutões. Entre os 20 maiores lançadores, aparecem
cinco zagueiros, alguns de
técnica nada apurada, como o paranista Emerson e
o botafoguense Scheidt.
Com muitos zagueiros,
em detrimento dos meias
e atacantes, tocar a bola virou um martírio para os
clubes. Segundo o Datafolha, cada equipe passa a
bola, em média, apenas
271 vezes por partida, o
número mais baixo de um
Campeonato Brasileiro
desde que o instituto passou a tabular os números
do torneio, há 20 anos.
Desse jeito, acertar a
pontaria é uma dureza. A
eficiência de 34,8% é a pior
já registrada pelo Datafolha em um Brasileiro.
Já os desarmes estão em
alta. São, em média, 131
por equipe a cada jogo,
maior marca das últimas
cinco edições.
A própria classificação
do Brasileiro mostra que
três zagueiros funcionam
de verdade quando bem
treinados -São Paulo e
Paraná, donos dos melhores aproveitamentos da
competição, usam a tática
há muito tempo.
Esses times conseguem
transformar os laterais em
alas, tanto que no clube
paranaense Ângelo é um
dos principais artilheiros
da equipe e no São Paulo
Souza e Júnior são vitais
no apoio.
(PC)
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