São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2006

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estatística

Densidade defensiva faz o nível cair

DA REPORTAGEM LOCAL

Além da média de gols, a mais baixa dos últimos dez anos, encher o campo de zagueiros tem um efeito colateral nada bom.
O Brasileiro-06 é um exemplo muito bem acabado dos estilos ligação direta e pingue-pongue do futebol atual.
O Datafolha atesta esses dois fatos. O número de lançamentos, quase 17 por jogo, é o maior deste século. E não é o caso de passes longos de meias classudos, como o tricampeão mundial Gérson.
Lançamento no Nacional é coisa de zagueiro, o que muitas vezes transforma a jogada em simples chutões. Entre os 20 maiores lançadores, aparecem cinco zagueiros, alguns de técnica nada apurada, como o paranista Emerson e o botafoguense Scheidt.
Com muitos zagueiros, em detrimento dos meias e atacantes, tocar a bola virou um martírio para os clubes. Segundo o Datafolha, cada equipe passa a bola, em média, apenas 271 vezes por partida, o número mais baixo de um Campeonato Brasileiro desde que o instituto passou a tabular os números do torneio, há 20 anos.
Desse jeito, acertar a pontaria é uma dureza. A eficiência de 34,8% é a pior já registrada pelo Datafolha em um Brasileiro.
Já os desarmes estão em alta. São, em média, 131 por equipe a cada jogo, maior marca das últimas cinco edições.
A própria classificação do Brasileiro mostra que três zagueiros funcionam de verdade quando bem treinados -São Paulo e Paraná, donos dos melhores aproveitamentos da competição, usam a tática há muito tempo.
Esses times conseguem transformar os laterais em alas, tanto que no clube paranaense Ângelo é um dos principais artilheiros da equipe e no São Paulo Souza e Júnior são vitais no apoio. (PC)


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