São Paulo, quinta-feira, 27 de agosto de 2009

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Maradona cutuca Pelé e exalta Brasil de Dunga

Argentino relembra que venceu o Rei em votação

DA REPORTAGEM LOCAL

Farpas contra Pelé, afagos para os jogadores de Dunga.
Foi assim uma entrevista que Maradona concedeu ao site da Fifa, divulgada ontem, quase inteiramente dedicada a um único tema: futebol brasileiro.
O ex-camisa 10 (agora treinador da seleção argentina, que no próximo dia 5 recebe o Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010) não perdeu a chance de mais uma vez atacar Pelé, seu eterno desafeto.
Primeiro, Maradona declarou que, a seu favor, pesa o fato de ter jogado na Europa.
"Joguei dez anos no futebol europeu, e Pelé jogou na América. Ele ganhou Mundiais, e tudo, mas jogar na Europa é outra coisa. Joguei em uma época do futebol italiano e espanhol em que os marcadores eram cães de caça. Ainda que, por isso, não tenha sido muito melhor que ele", declarou o ídolo argentino, que também falou que o brasileiro teve a vantagem de jogar com craques.
"Pelé teve Coutinho e Rivellino, que para mim é top. E depois teve Jairzinho, Clodoaldo, Gérson, Tostão. Ufa! Teve monstros [ao seu lado]", falou Maradona, para depois citar pesquisas de opinião sobre quem foi melhor futebolista.
E lembrou que, em votação no site da Fifa, venceu Pelé.
Maradona, no entanto, derramou elogios aos jogadores brasileiros atuais. Afirmou que o time joga muito bem, mas que ainda não conseguiu definir seu titular da lateral esquerda.
Disse que gostaria de ter Kaká no seu time ("Ele desequilibra"), derreteu-se por Júlio César ("Na minha opinião, o Brasil tem o melhor goleiro do mundo, diferentemente de outras épocas, quando os goleiros brasileiros colocavam no gol as bolas que iam para fora") e fez fartos elogios a Maicon ("Parece um trator"), a Robinho e aos zagueiros da seleção brasileira.
Maradona disse que hoje se dá bem com Dunga, mas não deixa de criticá-lo como atleta.
"Quando jogava, Dunga queria ser o xerife do campo. Vinha com suas pernas grandes e tentava dominar o meio do campo. E, quando o rival não se apequenava, ele queria virar o dono do campo. Por isso, lembro do dia do gol de Caniggia [que eliminou o Brasil da Copa de 1990], porque [no lance] tentou dar um pontapé para me derrubar, e consegui passar. Não tocou na bola nem em mim."


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