São Paulo, quinta-feira, 27 de agosto de 2009

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JUCA KFOURI

O clássico dos clássicos


No dia 5, em Rosario, novo Argentina x Brasil, o jogo entre as duas melhores escolas de futebol do mundo

MARADONA faz seu papel. E provoca, com picardia.
Para ele, seu time é melhor que o de Dunga.
Não é, e ele sabe disso.
Como sabe que o encontro em Rosario é decisivo para a Argentina e apenas mais um jogo para a seleção brasileira, confortavelmente instalada na liderança das eliminatórias e campeã das últimas Copas América e das Confederações.
Guerras de nervos à parte, importa curtir aquela que é a partida entre as duas mais fabulosas escolas de futebol do mundo.
Pode até não ser o maior clássico do futebol mundial, porque há quem defenda, não sem razão, que seja Brasil x Itália, nove títulos mundiais reunidos. Ou Brasil x Alemanha, sete finais de Copas do Mundo cada um.
Mas nem Itália nem Alemanha jamais produziram um gênio que chegasse perto de Pelé, de Mané, de Di Stéfano, de Diego.
Razão pela qual há um livraço na praça, que você encontra em boas livrarias e pelo endereço brasilxargentina100anos@gmail.com. O autor, o jornalista e professor de inglês Newton César de Oliveira Santos, escreveu "Brasil x Argentina - Histórias do Maior Clássico do Futebol Mundial (1908-2008)" durante três anos, no Brasil e na Argentina. Neste Brasil que adora odiar os argentinos e na Argentina que odeia amar os brasileiros, na genial definição do sociólogo Pablo Alabarces, professor da Universidade de Buenos Aires.
O resultado, em mais de 600 páginas, é primoroso. E o preço, R$ 50, barato para a preciosidade da pesquisa, que contextualiza cada partida, apresenta um sem-número de pequenas biografias dos melhores craques de ambos os lados e, melhor de tudo, revela bastidores deliciosos sempre com as visões brasileira e argentina.
Conta, por exemplo, a reação do volante Chicão, quando soube que jogaria, na Copa de 1978, na Argentina, a "batalha de Rosario", exatamente contra os donos da casa.
"Vou matar aqueles caras, acabo com o time deles", prometeu e, de certa forma, cumpriu, o xerife brasileiro, embora o 0 a 0 tenha acabado por levar os argentinos à final e ao título mundial.
Histórias de um clássico que aconteceu quatro vezes em Copas do Mundo, com o empate acima, uma doída vitória argentina em 1990, em Turim, e dois belos triunfos brasileiros, em 1974, em Hannover, e em 1982, em Barcelona. Em jogos válidos por eliminatórias para Copas do Mundo, houve cinco encontros.
A seleção brasileira venceu, no Brasil, dois por 3 a 1, no Morumbi e no Mineirão, e empatou um, também em Belo Horizonte, 0 a 0. E os argentinos ganharam os dois que disputaram em seu país, no Monumental de Nuñez, por 2 a 1 e 3 a 1.
Os argentinos são, sim, ligeiramente favoritos por jogar em casa, razão pela qual jogarão mais pressionados, entre outras coisas porque precisam muito da vitória.
Assim como noutro grande clássico, este nacional, neste domingo, entre São Paulo e Palmeiras, no Morumbi. Quem tem obrigação de vencer é o dono da casa, o mais ligeiramente ainda favorito tricolor. Jogos pra ninguém botar defeito.

blogdojuca@uol.com.br


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