São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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VÔLEI

Levantador, que quer deixar seleção após Atenas-2004, disputa na Argentina seu 4º Mundial e iguala feito de William

Maurício inicia despedida com recorde

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Início da despedida e mais um recorde se misturam no quarto e último Campeonato Mundial da carreira do levantador Maurício.
A partir de domingo, na Argentina, o atleta que comanda o jogo da seleção brasileira há 13 anos terá a derradeira chance de obter o único grande título que falta à sua lista e ao vôlei masculino do país.
Ele pretende se aposentar após os Jogos de Atenas-2004, quando se tornará o único jogador brasileiro de vôlei a disputar cinco Olimpíadas. Além de Maurício, apenas Oscar (basquete), Reinaldo Conrad (vela) e Durval Guimarães (tiro) atingiram a marca.
Em sua última participação em um Mundial, o levantador também igualará o feito de seu antecessor na seleção, William Carvalho, único brasileiro a participar de quatro edições do torneio adulto (1974, 1978, 1982 e 1986).
"Agora é vai ou racha. Por ser o último e por ser um título inédito, minha expectativa aumenta. Mas minha maior vontade é jogar bem", afirmou o levantador.
Em suas três participações em Mundiais, Maurício, 34, viu no banco quatro treinadores diferentes comandarem o time em campanhas semelhantes.
Em 1990, Bebeto de Freitas levou a equipe à quarta colocação. Na edição seguinte, em 1994, sob o comando do técnico campeão olímpico em Barcelona-1992, José Roberto Guimarães, ficou na quinta posição. O quarto lugar foi repetido no último Mundial, sob o comando de Radamés Lattari.
As motivações do levantador também eram diferentes.
"Em 90, eu tinha de provar que poderia substituir o William. Em 94, estava embalado pela conquista do ouro em Barcelona. No Mundial de 98, eu era o único remanescente de uma geração e tinha de ajudar os mais novos. Esta será minha última chance de conquistar um título", completou.
Maurício chegará à Argentina ainda sem condições físicas ideias. O levantador foi um dos jogadores que se contundiram durante as duas últimas semanas de preparação da equipe nacional.
Com dores na panturrilha, jogou pouco nos amistosos contra as seleções de Japão e França.
A lesão do levantador preocupou o time e a comissão técnica.
"Não coloco a responsabilidade de definir os jogos nas costas do Maurício porque acho que não é o caso. O Ricardinho [reserva] já provou que dá conta do recado", disse o técnico Bernardinho, que, no entanto, ressaltou a importância do jogador neste Mundial.
"Nosso time joga com mais talento e menos força. O Maurício é um atleta excepcional e que, se estiver bem, pode desequilibrar."
A preocupação com as condições físicas de Maurício no início do Mundial cresceu ainda mais ontem, após Ricardinho aumentar a lista de lesionados do time.
Com uma contratura muscular na região lombar, o jogador fez apenas exercícios físicos e não participou do treinamento com bola da seleção brasileira, no Rio.
O levantador está fazendo fisioterapia e, segundo o médico da seleção Álvaro Chamecki, deve ser liberado para os treinos hoje, já na cidade de Córdoba.
Nalbert, André Nascimento, Maurício, Giba e Henrique -todos da equipe titular-, que sentiram contusões durante as duas últimas semanas de preparação, participaram normalmente do último treino da seleção no Brasil.
A equipe embarca nesta manhã, de São Paulo, para a Argentina. A estréia do time brasileiro no Mundial acontece no domingo, diante da seleção da Venezuela.



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