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VÔLEI
Levantador, que quer deixar seleção após Atenas-2004, disputa na Argentina seu 4º Mundial e iguala feito de William
Maurício inicia despedida com recorde
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Início da despedida e mais um
recorde se misturam no quarto e
último Campeonato Mundial da
carreira do levantador Maurício.
A partir de domingo, na Argentina, o atleta que comanda o jogo
da seleção brasileira há 13 anos terá a derradeira chance de obter o
único grande título que falta à sua
lista e ao vôlei masculino do país.
Ele pretende se aposentar após
os Jogos de Atenas-2004, quando
se tornará o único jogador brasileiro de vôlei a disputar cinco
Olimpíadas. Além de Maurício,
apenas Oscar (basquete), Reinaldo Conrad (vela) e Durval Guimarães (tiro) atingiram a marca.
Em sua última participação em
um Mundial, o levantador também igualará o feito de seu antecessor na seleção, William Carvalho, único brasileiro a participar
de quatro edições do torneio
adulto (1974, 1978, 1982 e 1986).
"Agora é vai ou racha. Por ser o
último e por ser um título inédito,
minha expectativa aumenta. Mas
minha maior vontade é jogar
bem", afirmou o levantador.
Em suas três participações em
Mundiais, Maurício, 34, viu no
banco quatro treinadores diferentes comandarem o time em campanhas semelhantes.
Em 1990, Bebeto de Freitas levou a equipe à quarta colocação.
Na edição seguinte, em 1994, sob
o comando do técnico campeão
olímpico em Barcelona-1992, José
Roberto Guimarães, ficou na
quinta posição. O quarto lugar foi
repetido no último Mundial, sob
o comando de Radamés Lattari.
As motivações do levantador
também eram diferentes.
"Em 90, eu tinha de provar que
poderia substituir o William. Em
94, estava embalado pela conquista do ouro em Barcelona. No
Mundial de 98, eu era o único remanescente de uma geração e tinha de ajudar os mais novos. Esta
será minha última chance de conquistar um título", completou.
Maurício chegará à Argentina
ainda sem condições físicas
ideias. O levantador foi um dos jogadores que se contundiram durante as duas últimas semanas de
preparação da equipe nacional.
Com dores na panturrilha, jogou pouco nos amistosos contra
as seleções de Japão e França.
A lesão do levantador preocupou o time e a comissão técnica.
"Não coloco a responsabilidade
de definir os jogos nas costas do
Maurício porque acho que não é o
caso. O Ricardinho [reserva] já
provou que dá conta do recado",
disse o técnico Bernardinho, que,
no entanto, ressaltou a importância do jogador neste Mundial.
"Nosso time joga com mais talento e menos força. O Maurício é
um atleta excepcional e que, se estiver bem, pode desequilibrar."
A preocupação com as condições físicas de Maurício no início
do Mundial cresceu ainda mais
ontem, após Ricardinho aumentar a lista de lesionados do time.
Com uma contratura muscular
na região lombar, o jogador fez
apenas exercícios físicos e não
participou do treinamento com
bola da seleção brasileira, no Rio.
O levantador está fazendo fisioterapia e, segundo o médico da seleção Álvaro Chamecki, deve ser
liberado para os treinos hoje, já na
cidade de Córdoba.
Nalbert, André Nascimento,
Maurício, Giba e Henrique -todos da equipe titular-, que sentiram contusões durante as duas
últimas semanas de preparação,
participaram normalmente do último treino da seleção no Brasil.
A equipe embarca nesta manhã,
de São Paulo, para a Argentina. A
estréia do time brasileiro no Mundial acontece no domingo, diante
da seleção da Venezuela.
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