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A LOTERIA
Caixa descarta o cancelamento de concursos
DO PAINEL FC
A Caixa Econômica Federal
descarta a possibilidade de alterar, ou mesmo de cancelar, resultados de concursos da loteria sob
suspeita de estarem contaminados pelo escândalo da arbitragem.
A posição da estatal é a de que o
problema é localizado. Por meio
de sua assessoria de imprensa, a
CEF argumentou que o episódio
de manipulação de resultados de
partidas de futebol pelo árbitro
Edilson Pereira de Carvalho tem a
ver com os sites de aposta na internet, e não com sua loteria. Por
esse motivo, a CEF estaria isenta
de eventuais conseqüências.
Na seqüência, a Caixa apresentou um motivo prático para justificar a impossibilidade de os concursos serem cancelados: as premiações já foram distribuídas a
seus respectivos vencedores.
Para tentar encerrar a discussão
em torno do assunto, a CEF lança
no ar ainda uma questão: ""Quem
garante que, se não houvesse a arbitragem viciada, o resultado não
teria sido o mesmo?" Acrescenta
ser difícil a tomada de uma decisão com base em especulações.
Para Teresa Ancona Lopez, livre
docente em direito civil pela Faculdade de Direito da USP, o banco está certo. "Quem ganhou os
prêmios têm direito adquirido."
A estatal afirma não ter recebido
informação sobre ações judiciais
da parte de apostadores, mas reconhece que "os cidadãos são livres para tomar as suas decisões".
A loteria Timemania, que terá o
propósito de ajudar os clubes de
futebol a saldar suas dívidas, não
enfrentará obstáculos adicionais
da CEF por conta do escândalo.
A Caixa afirma que seu andamento prossegue dependendo somente do Congresso Nacional.
O presidente flamenguista Márcio Braga, defensor do projeto de
lei da nova loteria, tampouco crê
que a Timemania seja afetada.
"Em países como Itália, Inglaterra, Alemanha, entre outros, houve
casos semelhantes e não foi por isso que as loterias foram extintas.
Mas essa é uma ótima oportunidade para abrir a "caixa preta" da
arbitragem".
(EO)
Colaborou Luís Ferrari,
da Reportagem Local
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