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FUTEBOL
Substituto de Márcio Bittencourt, que acertou contato com o Corinthians até 2006, vai receber R$ 120 mil mensais
Inflacionado, Lopes quer seguir ex-pupilo
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo técnico do Corinthians,
Antonio Lopes, 64, vai ganhar
quase seis vezes mais que Márcio
Bittencourt e promete seguir a linha do antecessor, que deixou o
clube anteontem com o melhor
aproveitamento dos últimos 19
treinadores do clube desde 1990.
O acerto com Lopes foi feito no
último sábado e ele vai receber R$
120 mil mensais. Márcio, ex-auxiliar que foi efetivado como treinador em maio deste ano, ganhava
cerca de R$ 23 mil.
"Eu não vou mudar radicalmente as coisas. Por isso, não quis
trazer auxiliar. Quero ajuda dos
colegas daqui. Não posso mudar
na reta final. Seria estupidez minha", afirmou Lopes, que assinou
contrato com o Corinthians até o
final de 2006.
Márcio, que deixou a equipe na
segunda posição do Nacional,
com 50 pontos, comandou o time
em 25 jogos no Nacional e conseguiu 15 vitórias, quatro empates e
seis derrotas -um aproveitamento de 65,4%.
No Atlético-PR, seu ex-clube,
Lopes, em 23 confrontos, obteve
nove vitórias, seis empates e oito
derrotas -eficiência de 47,8%.
Em sua apresentação, ele disse
ser amigo de Márcio, de quem foi
treinador no Internacional em
1992, e deixou as portas abertas
para que ele continue trabalhando no Parque São Jorge.
"Tenho que dar seqüência ao
trabalho do Márcio, que foi muito
bom. Ainda não estive com ele. É
uma grande figura. Mas não sei se
ele vai querer continuar aqui.
Acho que vai querer seguir a carreira de técnico", disse Lopes, que
manterá o esquema 4-4-2.
Segundo Lopes, o aspecto financeiro não foi o que mais pesou
para aceitar o convite do Corinthians. "O que me fez aceitar foi a
capacidade técnica do grupo. Sinto que temos condições de vencer
a competição", disse.
Apesar do retrospecto positivo,
a saída de Márcio, que foi convidado para continuar como auxiliar no clube, foi definida após o
empate em casa com o Atlético-MG. Na avaliação dos dirigentes,
Márcio não tinha experiência para conduzir o time ao título Brasileiro. Pesou contra o técnico também o fato de não ser disciplinador, como é Lopes, que traz no
currículo as conquistas do Brasileiro (1997) e da Libertadores
(1998) pelo Vasco, além do pentacampeonato mundial com a seleção brasileira na função de auxiliar técnico, em 2002.
E foi com esse discurso que ele
fez questão de se apresentar no
clube. Delegado aposentado da
Polícia Civil, ele tem fama de linha-dura e ontem afirmou que
não faz questão de que "gostem
dele". "Acho que minha fama se
deve mais a minha criação do que
ao fato de ter sido da polícia. Sou
filho de portugueses, tive educação rígida e até os 18 anos não chegava em casa após às 22h. O meu
pai era rígido e quando saía da linha o couro comia", contou. "Por
isso, acho que o jogador tem que
se aplicar, chegar no horário e levar uma vida compatível com a
carreira de atleta. Quem não gostar disso não vai gostar de mim e
não faço questão disso. Meu comportamento é assim: beijinho para quem merece e um tapa para
quem não merece."
O meia Carlos Alberto, atleta
que teve vários problemas disciplinares no clube, disse ter gostado da contratação de Lopes.
"Ele é um treinador experiente,
sabe lidar com todas as situações e
vai tirar o melhor da gente", declarou o jogador.
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