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Em jogo bruto, São Paulo leva a melhor
Morumbi vive clima de Libertadores e tem recorde de público no ano, e equipe passa às quartas da Copa Sul-Americana
São Paulo 1
Boca Juniors 0
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Copa Sul-Americana? Não. A
noite foi de Libertadores, ontem, no estádio do Morumbi.
Com recorde de público da
temporada na arena, São Paulo
e Boca Juniors pareciam estar
dando a vida pela ida às quartas-de-final do torneio secundário do continente americano.
Mas a promessa de jogo bonito no clássico continental durou só um tempo. No segundo,
ânimos acirrados, mais braços
jogando em vez de pernas, empurrões e cartões foram a marca do triunfo de 1 a 0 com sabor
de goleada sobre o seis vezes
campeão da Taça Libertadores.
Com isso, a série de quatro
derrotas de Muricy Ramalho
para o Boca Juniors em mata-matas continentais se encerra.
O técnico havia perdido na Libertadores de 2004 com o São
Caetano, em duas Sul-Americanas, com o Internacional
(2004 e 2005), e na Recopa,
com o São Paulo, em 2006.
O São Paulo aguarda o jogo
entre Millionarios (COL) e Colo Colo (CHI) para saber o próximo rival. E no domingo volta
a campo pelo Brasileiro, contra
o Inter, em Porto Alegre.
Muricy surpreendeu na escalação, ao lançar Borges em vez
de Aloísio no ataque, junto a
Dagoberto. No segundo tempo,
porém, o eventual reserva se
tornaria a figura da partida.
O primeiro tempo foi muito
movimentado. Começou com
sustos para a torcida são-paulina, já que o Boca chegou no primeiro minuto graças a uma trapalhada de Miranda.
O São Paulo respondia na velocidade com Dagoberto, pela
esquerda. Foi dele o cruzamento para a melhor chance do time mandante: Leandro dominou, mas bateu para fora.
À medida que o primeiro
tempo se esgotava, os jogadores
do Boca tentavam gastar o tempo. O goleiro Rogério pedia
mais pressa nos lances.
E a solução veio com Aloísio,
que entrou no intervalo na vaga
de Borges. Após uma bola pingada na área, ele dividiu com
dois zagueiros e, aos 9min, bateu forte: gol. "O Borges foi
muito importante, cansou os
zagueiros deles e fez o gol em
Buenos Aires [2 a 1 para o Boca]. Esse gol é também para
ele", disse o herói da vitória.
Dez minutos depois, sentiu o
músculo da perna, perdeu a velocidade, mas ficou em campo e
acabou ovacionado no fim.
Aí o São Paulo passou a ser
quem esfriava a partida. Por
cansaço e com catimba. Após
demorar para tocar a bola, Souza sentiu o joelho numa dividida. Leandro também foi ao
chão, com mal-estar. Saiu.
A partir daí, o jogo começou a
ficar mais truncado, com muitas disputas ríspidas de bola no
meio-campo, a maioria permitida pelo árbitro chileno. Aos
28min, Ibarra deu um carrinho
e, com o braço, derrubou Dagoberto, levando amarelo. Depois, Aloísio acertou uma cotovelada em seu marcador.
A seqüência de lances brutos
chegou ao ápice quando Richarlyson caiu e acertou as pernas de Bueno. Palermo tomou
as dores e trocou empurrões
com Breno e Aloísio.
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