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Havelange também é paradigma da Rio-2016
Périplo da candidatura repete passos que levaram dirigente à presidência da Fifa
Ex-atleta olímpico e mais velho membro com direito
a voto no COI, dirigente
diz ter 20 votos garantidos para a proposta brasileira
DA SUCURSAL DO RIO
A busca da candidatura Rio-
-2016 por votos de eleitores de
países mais pobres, além de mimetizar a política externa do
presidente Lula, lembra muito
a estratégia adotada por João
Havelange para chegar à presidência da Fifa em 1974.
Reverenciado por Carlos Arthur Nuzman, líder da candidatura brasileira aos Jogos Olímpicos de 2016, Havelange tornou-se o primeiro dirigente de
fora do continente europeu a
ganhar a eleição para o cargo
mais alto da Fifa. Para isso, ele
rodou o mundo atrás dos votos
de africanos e asiáticos, continentes que, naquela época, não
tinham representação na entidade mundial do futebol.
A estratégia, à época, surpreendeu o mundo da bola, mas
isso dificilmente acontecerá na
Dinamarca, já que todos os candidatos caçam o voto de cada
membro do Comitê Olímpico
Internacional (COI).
"Em campanha, você tem
que trabalhar duro. Vou fazer
de tudo para ajudar o meu país.
Não é fácil. Mas vamos bem",
declarou João Havelange, antes de embarcar para a Europa,
há cerca de dois meses.
Da Suíça, o dirigente trabalha
em favor da candidatura brasileira. ""Já mandei cartas para
todos os votantes pedindo votos para a minha cidade. Acho
que vou ter sucesso", acrescentou o ex-cartola, que comandou
a Fifa por 24 anos.
Havelange e Nuzman começaram a carreira esportiva no
Fluminense, clube da elite carioca. Mais velho membro do
COI com direito a voto na eleição de sexta, Havelange foi o
responsável também pela entrada de Nuzman no comitê.
Mesmo assim, os dois não votarão na Dinamarca, enquanto o
Rio permanecer na disputa.
O ex-presidente da Fifa acredita que a candidatura brasileira tem pelo menos 20 votos assegurados. ""Recebi 20 respostas dos membros do COI, e todas em apoio a nossa candidatura", afirmou o ex-dirigente.
Havelange, que disputou como atleta duas Olimpíadas
(1936 e 1952), gosta de mostrar
sua influência no COI.
Recentemente, ele disse que
elegeu o espanhol Juan Antonio Samaranch para o comando
da entidade olímpica em 1980 e
cobrou apoio do ex-dirigente à
Rio-2016 caso Madri seja eliminada no início do pleito.
Samaranch é presidente de
honra do COI, mas deixou de
lado a neutralidade e vai defender a candidatura de Madri.
Além de querer os Jogos para
a cidade em que mora, Havelange faz questão de lembrar de
um "significado especial".
""Será uma felicidade poder
comemorar o meu centenário
com um evento desses na minha cidade", disse o dirigente,
de 93 anos.
(SERGIO RANGEL)
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