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Calor forte assusta o líder São Paulo
Expectativa de atuar amanhã contra o Sport, no Recife, sob temperatura acima de 30C deixa equipe apreensiva
Preparador físico do time alerta para riscos de atuar nessas condições, e técnico Muricy Ramalho argumenta que reclamar não adianta
JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo já elegeu o seu
segundo adversário, além do
Sport, para a partida de amanhã, no Nordeste.
Não bastasse ter de enfrentar
uma equipe que busca se afastar cada vez mais da zona de rebaixamento -tem 43 pontos e
ocupa a 15ª posição-, o time de
Muricy Ramalho ainda terá de
encarar o forte calor do Recife,
a capital pernambucana.
E a partida, atendendo às exigências das emissoras de televisão que transmitem o jogo,
acontece às 15h, na Ilha do Retiro, já que o Estado de Pernambuco não adota o horário
de verão. A hora marcada para
o confronto deve prejudicar
ainda mais a equipe paulista, líder do Brasileiro com 67 pontos e que pode se tornar campeã do torneio caso haja uma
combinação de resultados de
Santos, Palmeiras e Cruzeiro
-nenhum deles pode vencer
seus jogos, além de o time do
Morumbi ter de ganhar o seu.
"Cada um faz o que é do seu
interesse. Se a TV paga bem e
foi acertado esse horário, a gente não tem de ficar reclamando", disse o técnico Muricy Ramalho, que conhece bem o clima quente do Recife.
"Morei por dois anos [quando foi técnico do Náutico] e sei
bem como é [o clima]. Mas tem
de ir lá e ganhar com 40 C",
emendou o treinador.
Uma das formas de amenizar
o clima quente -os são-paulinos devem enfrentar temperatura de, no mínimo, 30 C- é a
reposição de líqüidos e sais minerais durante a partida.
"O ideal é que em cada parada no jogo os atletas bebam
água e também molhem a cabeça", disse Carlinhos Neves, preparador físico da equipe.
Carlinhos explica que, com o
tempo quente, o jogador pode
perder até 5% do peso corporal,
correndo o risco de desfalecer.
"Os dirigentes deveriam pensar
um pouco nisso [calor], pois os
jogadores se desgastam demais
na partida nesse horário", completou o preparador físico.
Embora saiba dos riscos que
seus atletas correm e da possível perda de rendimento, Carlinhos afirma que não teme por
nenhum atleta são-paulino, porém ressalta que os jogadores
sentirão muito mais os efeitos
do clima que os pernambucanos. "Quem joga lá já está adaptado a tudo isso e não sente tanto. A temperatura será um
grande vilão nesse jogo."
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