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Comprovado 'pedágio' em venda no futebol
MARCELO DAMATO
da Reportagem Local
Na venda do lateral-esquerdo Zé Roberto, da Lusa para o
Real Madrid (ESP) sumiram US$ 5,38 milhões (cerca de R$ 6
milhões).
Ao contrário do que anunciaram os dois clubes, Zé Roberto
não passou da Lusa ao Real Madrid. Por algumas horas do dia
28 de fevereiro de 1997, o passe do jogador pertenceu ao Central Español, do Uruguai.
A Folha obteve com exclusividade os dois contratos. No primeiro, o clube uruguaio pagou US$ 4,6 milhões ao clube brasileiro. No segundo, assinado no mesmo dia, o Central recebeu US$ 9,98 milhões do Real Madrid.
Os principais personagens dessa operação são o presidente
da Lusa, Manoel Gonçalves Pacheco, o presidente do Real,
Lorenzo Sanz, o próprio jogador e o empresário do futebol
Juan Figer, que é uruguaio.
A venda, que foi feita para acertar a situação do jogador que
havia assinado um pré-contrato com o clube espanhol em dezembro do ano anterior, chegou a ser fiscalizada por uma comissão de ex-presidentes do clube. Acabou aprovada pelo Comitê de Orientação e Fiscalização da Lusa, em abril.
Pacheco disse que, na verdade, Zé Roberto foi vendido por
US$ 8,1 milhões, brutos, dos quais US$ 6,1 milhões viriam
para a Lusa.
Sobre a diferença restante, de US$ 1,98 milhão, limitou-se a
dizer que não "conhece" o contrato do Central com o Real.
A operação revela também o poder do mais importante empresário de futebol do Brasil, Juan Figer. Ele e mais seis pessoas atuam no Brasil como agentes com permissão da Fifa.
Nesse negócio, Figer tinha elos com os quatro lados. Era (e
é) procurador de Zé Roberto, era o representante do Real Madrid, recebeu comissão da Lusa pelo negócio e ainda tinha (e
tem) relações com os dirigentes do Central.
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