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A incerteza dos atacantes
MATINAS SUZUKI JR.
do Conselho Editorial
Meus amigos, meus inimigos,
o velho Lobo do fut Zagallo dá
mais uma chance à dupla de
ataque que ganhou a quarta
(não é correto, tecnicamente,
dizer tetracampeonato) Copa
do Mundo para o Brasil.
Mas, seja qual for a atuação
dos dois nos jogos contra a
África do Sul e na Arábia Saudita, as chances de ir para Copa estão mais com Romário do
que com Bebeto.
De fato, os dois chegam ao final do ano discretamente, sem
mesmo saber para qual time
estarão jogando na próxima
temporada (fala-se em Bebeto
no Corinthians, mas ainda
não está confirmado).
Uma questão que parecia resolvida, o companheiro de Ronaldinho no ataque, na verdade, tornou-se um problema difícil para o velho Lobo -e talvez esteja aí a explicação para
a convocação do Bebeto.
Romário e Ronaldo começaram juntos dando a sensação
de que formariam uma dupla
para a história do fut (têm habilidade suficiente para isso).
Mas acabaram não tendo o
mesmo rendimento na viagem
para a Europa e no Torneio da
França.
A partir daí, Romário baixou
sua produtividade. Ele chegou
até a ter momentos brilhantes
nos jogos iniciais do Valencia
(insinuava-se aquela velha artimanha do baixinho que, próximo de uma Copa do Mundo,
voltava a render o fabuloso futebol que sabe jogar).
Uma série de más coincidências (contusão, saída de Valdano etc.) e a habitual instabilidade profissional de Romário
acabaram deixando-o sem ritmo de jogo.
Se Romário se sair bem, a vaga de titular é dele. Se não se
sair bem, as coisas ficam mais
difíceis para o velho Lobo.
Bebeto é um ótimo jogador,
ainda tem condições físicas
para disputar mais uma Copa.
Mas ele executa com mais dificuldade o papel que Romário
vinha desempenhando ao lado
de Ronaldinho, isto é, a função
de preparador das jogadas para a conclusão do companheiro (Romário, mais experiente e
menos veloz, passou a abrir as
portas para Ronaldo).
Ânderson foi mais fama do
que proveito, Paulo Nunes não
jogou com a camisa da seleção
o futebol que jogou com a camisa do Grêmio, Dodô, de fino
trato com a bola, teve altos e
baixos, Jardel nunca teve a
simpatia de Zagallo, Donizete,
que tem toda a simpatia de
Zagallo, está em má temporada, Giovanni, se for aproveitado, será para jogar mais atrás,
Luizão não decolou.
Haverá sempre a opção de
Muller, um jogador eficiente e
maduro, mas que não reúne o
potencial finalizador de Romário ou mesmo de Bebeto.
Acho que dificilmente o velho Lobo do fut arriscará uma
convocação de Viola, mas ele
pode ser tentado a testar o
Christian, do Inter (ainda
aqui, continuaremos no terrenos dos mistérios).
Vocês pensam que eu me esqueci do Edmundo, mas eu
não esqueci. Colocando todos
os prós e contras na balança,
chega-se à conclusão que, depois do Romário, é o jogador
que reúne, no momento, melhores recursos para ocupar a
vaga ao lado do Ronaldinho.
O certo é que Romário seria o
certo, mas como ele é incerto...
Parreira é o técnico ideal para dirigir as seleções do México, dos EUA, do Japão...
Matinas Suzuki Jr. escreve às terças, quintas e
sábados
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