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Goiás alivia "chocolate" do Palmeiras
Goleado em casa pelo Inter, time de Jair Picerni revolta torcida, mas se livra do rebaixamento com a queda da Ponte
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"O conjunto deles nos envolveu em todo o jogo. Foi um chocolate, vamos dizer assim. É um
dos melhores times do país e
tem tudo para ganhar mais um
grande título neste ano."
O técnico Jair Picerni definiu
assim a atuação do rival Internacional, que ganhou a Libertadores e se prepara para o Mundial de Clubes, num jogo em
que a catástrofe se anunciou
com apenas 35 minutos.
Não bastou mais do que isso
para que o torcedor palmeirense tirasse a conclusão por si só e
gritasse "timinho", sem precisar ouvir ou ler a opinião de
quaisquer comentaristas.
Ali, o placar mostrava 3 a 0
para o Inter. O Palmeiras precisava vencer para ficar na Série
A, mas teve que contar mesmo
com a competência do Goiás,
que rebaixou a Ponte Preta.
O primeiro tempo palmeirense, tem razão a torcida, foi
ridículo. Aos 2min, Alexandre
Pato já tinha deixado nas redes
palmeirenses. Fernandão ampliou aos 5min, num sinal de
que o Inter não se impressionou com o intenso foguetório
que espocou antes do jogo.
Com 2 a 0 contra si, Jair Picerni fez a segunda alteração,
tirando Márcio Careca para a
entrada de Michael, tradicionalmente mais ofensivo pela
esquerda. Antes, o treinador já
tivera que sacar o goleiro Diego
Cavalieri, por contusão no tornozelo, escalando Sérgio.
Mas aos 34min, numa jogada
do novato Alexandre Pato, o zagueiro palmeirense Daniel
marcou contra as próprias redes. Ali, o Parque Antarctica rachou de vez. Não seria preciso
contar o quarto gol, marcado
por Iarley, aos 45min do primeiro tempo, nem as expulsões
de Juninho e do colorado Elder
Granja no segundo tempo, por
troca de agressões.
"Queria pedir desculpas ao
grupo pelo que fiz", disse Juninho, cuja renovação ainda não
está acertada. "Nada justifica o
que aconteceu, mas não é por
um jogo que essas coisas deixam de ser definidas."
Cenas bizarras no primeiro
tempo não faltaram. Num lanca de ataque do Palmeiras, o zagueiro Daniel, que estava na
área, cabeceou na direção oposta ao gol de Clemer.
Paulo Baier pisava na bola.
Valdivia e Marcinho perdiam
gols da marca do pênalti. O torcedor e a bola eram castigados
pelo Palmeiras, enquanto o Inter, que jogava um amistoso
-já está classificado à Libertadores por ter conquistado o título deste ano-, deitava e rolava. Tudo isso, é bom repetir, foi
no primeiro tempo.
O segundo tempo ganhou
contornos de amistoso. Mais
tranqüila com a vitória do
Goiás sobre a Ponte, que garantia o Palmeiras na Série A de
2007, a torcida parecia não ligar mais para o que acontecia. E
vibrou com o gol contra de Fabiano Eller, desviando cruzamento de Wendel.
Nem assim Jair Picerni fez
muita questão de agradar à torcida, que, nas faltas na entrada
da área colorada, pedia para ver
o goleiro Sérgio nas cobranças.
Por duas vezes, ao ouvir os
gritos da torcida, o arqueiro
-que treina faltas informalmente e deve se despedir do Palestra em 2007- olhou para o
treinador, que não autorizou.
Na próxima rodada, contra o
Fluminense, o Palmeiras não
correrá risco de rebaixamento.
Tampouco contará com os suspensos Juninho e Paulo Baier,
suspenso por terceiro amarelo.
"Graças a Deus o Goiás nos
ajudou. Agora vamos tentar
deixar uma boa impressão na
próxima rodada", disse Sérgio,
um dos poucos a sair sem grandes culpas na partida de ontem.
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