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Seleção de vôlei pega "inimigo íntimo"
Equipe masculina duela na madrugada de amanhã contra a Itália, país no qual jogam quase todos os atletas do Brasil
A Itália eliminou o Brasil nos Mundiais de 1990 e 1998, mas a seleção nacional deu o troco em 2002, tirando o rival nas quartas-de-final
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil já enfrentou adversários altos, com saques potentes, outros habilidosos, que defendem muito, quebrou tabu
contra seu maior algoz, caiu e
quase atingiu a perfeição.
Amanhã, às 4h, no entanto,
terá um adversário novo pela
frente em seu maior teste até
agora no Mundial: a rivalidade.
Tensão, provocações de ambos os lados, na quadra e no
banco de reservas, duelos em
momentos decisivos marcam
os confrontos da seleção do técnico Bernardinho com a Itália
nos últimos seis anos.
Características que transformam os europeus em arqui-rivais dos brasileiros no vôlei.
"A rivalidade acabou ficando
maior do que com a Argentina.
Isso acontece porque jogamos
quase todos na Itália, conhecemos todos os jogadores e temos
amizade com alguns", comentou o meio-de-rede Gustavo.
"Precisamos ter muita agressividade e tranqüilidade, tentar
botar pressão para que sintam
que somos o Brasil que conquistou todas essas medalhas
até agora", completou.
A Itália eliminou a seleção
nas semifinais dos Mundiais de
1990 e 1998. Em 2002, os brasileiros deram o troco nas quartas-de-final e levaram o ouro.
A rivalidade e o momento decisivo no Mundial do Japão
-se perder, o time praticamente dá adeus às semifinais- já
seriam suficientes para tornar
a partida de amanhã complicada para o Brasil. Mas a campanha dos italianos deixa o confronto ainda mais competitivo.
Após cair na final dos Jogos
de Atenas-2004 diante dos brasileiros, a Itália entrou em crise. Nas duas últimas edições da
Liga Mundial, não chegou à fase final com as próprias forças
-neste ano, só avançou graças
a convite da federação internacional e deu um vexame.
O cenário começou a mudar
em setembro. Em uma reunião
em Veneza, o técnico Gianpaolo Montali propôs um pacto aos
atletas para voltarem ao topo.
Até agora deu resultado. A seleção européia perdeu só um jogo, para a invicta Bulgária.
"A Itália está organizada depois dessa reunião, e os jogadores dele são sempre perigosos",
afirmou o ponta Giba.
"Não houve um jogo que tenhamos vencido facilmente
contra a Itália. Precisamos estar preparados para isso: 3 a 2
suado até o fim", completou o
meio-de-rede Gustavo.
Os brasileiros fizeram a mesma campanha que os italianos,
mas a única derrota abalou o
grupo. Depois de perder para a
França, a seleção conseguiu se
recuperar. No entanto, ontem
voltou a mostrar deficiências.
Contra a quase eliminada República Tcheca, a equipe sofreu
para superar os saques fortes e
manter a concentração. Venceu por 3 sets a 0 (25/22, 25/20
e 26/24), mas deixou a quadra
com sensação diferente daquela contra os EUA, anteontem,
em que foi quase perfeita.
"Temos de estudar e ver o
que podemos fazer melhor",
afirmou Bernardinho, referindo-se à mudança tática dos
tchecos, que jogaram com Hudecek na ponta e não na posição de oposto que ocupava.
A seleção tem um dia para
encontrar seus erros e se preparar para a Itália. Amanhã, em
Hiroshima, testa quem conseguiu melhor recuperação.
BRASIL - Ricardinho, Giba (12), Dante (11), Gustavo (10), André Heller (8), André Nascimento
(4) e Escadinha, Marcelinho, Murilo, Anderson
(8); REPÚBLICA TCHECA - Tichacek, Lebl (9),
Popelka (12), Hudecek (10), Rak (4), Platenik (7)
e Obdrzalek, Novotny (5), Stokr, Zadrazil, Zapletal, Konecny
NA TV - Brasil x Itália
Globo e Sportv, às 4h de amanhã
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