São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2000

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FUTEBOL

Para presidente eleito do Vasco, torcida pequena leva clubes ao fracasso

Eurico Miranda vê brilho efêmero em rival paulista

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O Vasco, um dos clubes mais antigos e tradicionais do país, faz hoje contra o São Caetano o primeiro dois jogos que decidem a Copa João Havelange.
A campanha surpreendente do time paulista, que tem apenas 11 anos, não parece ter impressionado o presidente eleito do Vasco, Eurico Miranda. Para ele, o São Caetano está fadado ao esquecimento em breve.
Na opinião do dirigente vascaíno, a equipe paulista é o mais novo "meteoro" do futebol brasileiro e terá brilho efêmero, sem chances de um futuro de triunfos.
O Vasco, fundado em 1898, é tricampeão brasileiro e vencedor da Taça Libertadores, competição mais importante do continente, de 1998. O São Caetano acabou de ser promovido à elite do futebol paulista e pela primeira vez na história participa da maior competição do país.
Miranda não acredita na consolidação do São Caetano, que veio da segunda divisão nacional, como clube de força no cenário futebolístico da nova década.
"Esses times são meteoros, que aparecem e depois somem. O São Caetano é um clube que vai ficar dentro das suas limitações, dentro do que lhe é permitido", prevê.
Miranda comparou o São Caetano ao Bragantino, do interior de São Paulo, e ao Bangu, do Rio de Janeiro. Ambos chegaram à final de Brasileiros -em 1991 e 1985, respectivamente-, mas não conseguiram se manter na ponta nos anos subsequentes.
"O maior exemplo (de times meteoros) é o Bragantino, que desapareceu", disse o dirigente.
Para ele, o motivo dessa suposta impossibilidade do São Caetano de manter o brilho, como a de outros times de porte semelhante, é o pequeno número de torcedores.
"Esses times sem torcida não têm muito espaço. O clube de futebol, no Brasil, depende de massa torcedora", afirmou.
Os comentários críticos de Miranda sobre o rival desta noite contrastam com a postura de humildade adotada pelos jogadores e pela comissão técnica do Vasco nesses últimos dias.
O objetivo era alertar para o clima de otimismo exagerado criado depois da conquista da Copa Mercosul, na semana passada, quando o Vasco conseguiu o título em uma virada histórica sobre o Palmeiras, após estar perdendo o jogo por 3 a 0 no fim do primeiro tempo.
"Não tem nada de favoritismo nosso. O São Caetano é um bom time, entrosado, e precisamos ter cuidado", disse o goleiro Helton.
O técnico Joel Santana tem pedido humildade ao elenco e afirmado que "não se ganha nada de véspera" e que os jogos contra o São Caetano serão muito difíceis.
A equipe de São Paulo chegou à final da Copa JH depois de bater seguidamente times de tradição.
Bateu Fluminense, Palmeiras e Grêmio, tendo obtido a sua classificação atuando na casa do adversário desde as oitavas-de-final do torneio. Os três rivais, superados na segunda fase, são integrantes do Clube dos 13, entidade que reúne os 20 maiores clubes do país e que organizou a Copa JH.
Vasco e São Caetano fizeram excelentes campanhas na primeira fase. O clube carioca terminou na quarta colocação do Módulo Azul -primeira divisão. Já o São Caetano foi o segundo colocado do Módulo Amarelo -segunda divisão-, atrás do Paraná.
Pelo regulamento da JH, os três melhores do Módulo Amarelo e o campeão dos Módulos Verde e Branco pegariam os oito primeiros do Módulo Azul na fase final.


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