São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

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BOXE
Preocupados com desistências de oponentes, empresários buscam "rival fixo"

Agentes pretendem adotar "curinga" para pegar Popó

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Os empresários envolvidos na carreira de Acelino Freitas, o Popó, campeão dos superpenas pela OMB (Organização Mundial de Boxe), que ontem à noite defenderia seu cinturão contra Orlando Soto, planejam contratar um "curinga" para enfrentá-lo.
O motivo é a preocupação com as desistências de última hora e a dificuldade para encontrar rivais para o pugilista brasileiro.
Essa espécie de imprevistos e consequentes improvisações estão se tornando uma constante na carreira profissional de Popó.
"Penso em assinar com um pugilista para acioná-lo no caso de alguém se contundir ou no caso de as negociações com os empresários do desafiante chegarem a um impasse", disse o norte-americano Arthur Pelullo.
Ao lado do britânico Frank Warren, Pellulo é um dos que promovem os combates de Popó.
O candidato mais provável é o veterano canadense Tony Pep, 36, que tem 42 vitórias, 22 nocautes, 7 derrotas e 1 empate.
Ele já poderia ser escalado para lutar com o brasileiro tão logo assine contrato, caso os empresários de Popó continuem enfrentando dificuldades para achar desafiantes.
""É difícil encontrar pugilistas dispostos a enfrentar um pegador como Freitas", disse o mexicano Ricardo Maldonado, ao acertar com Soto a apresentação com o baiano há pouco mais de duas semanas, propiciando pouco tempo de treinamento ao oponente.
Justamente esse problema -a falta de tempo- é um dos que mais têm afligido os últimos adversários do baiano.
O porto-riquenho Daniel Alicea, nocauteado por Popó no primeiro assalto no mês passado, também contou com pouco tempo de preparação para lutar com o brasileiro -menos de duas semanas-, pois substituiu o norte-americano Lewis Woods, que alegou contusão em uma das mãos.
Sem alternativas, os empresários envolvidos na carreira de Popó tiveram de se conformar com Alicea, um pugilista que vinha de derrota na luta anterior -contra Lamar Murphy-, o que obrigou a OMB a não sancionar o combate como sendo válido pelo título.
O adversário imediatamente anterior, o argentino Carlos Ríos, que lutou com Popó em setembro passado, também acertou sua apresentação com menos de três semanas de antecedência.
Outro caso similar foi o do mexicano Javier ""Chatito" Jauregui, desafiante pelo cinturão da OMB em março de 2000.
Ele se apresentou no lugar do nicaraguense Genaro Ríos, que não lutou por ter tido convulsões antes da luta.
Outra dificuldade para arranjar adversários é o excesso de empresários (no total são cinco) que trabalham com Popó -o grupo acaba "batendo cabeça".
"Não é fácil satisfazer todo mundo, inclusive as redes de TV, de uma vez só", queixou-se Zac Pomillio, um dos responsáveis por buscar oponentes para Popó.


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