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BOXE
Preocupados com desistências de oponentes, empresários buscam "rival fixo"
Agentes pretendem adotar "curinga" para pegar Popó
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Os empresários envolvidos na
carreira de Acelino Freitas, o Popó, campeão dos superpenas pela
OMB (Organização Mundial de
Boxe), que ontem à noite defenderia seu cinturão contra Orlando
Soto, planejam contratar um "curinga" para enfrentá-lo.
O motivo é a preocupação com
as desistências de última hora e a
dificuldade para encontrar rivais
para o pugilista brasileiro.
Essa espécie de imprevistos e
consequentes improvisações estão se tornando uma constante na
carreira profissional de Popó.
"Penso em assinar com um pugilista para acioná-lo no caso de
alguém se contundir ou no caso
de as negociações com os empresários do desafiante chegarem a
um impasse", disse o norte-americano Arthur Pelullo.
Ao lado do britânico Frank
Warren, Pellulo é um dos que
promovem os combates de Popó.
O candidato mais provável é o
veterano canadense Tony Pep, 36,
que tem 42 vitórias, 22 nocautes, 7
derrotas e 1 empate.
Ele já poderia ser escalado para
lutar com o brasileiro tão logo assine contrato, caso os empresários de Popó continuem enfrentando dificuldades para achar desafiantes.
""É difícil encontrar pugilistas
dispostos a enfrentar um pegador
como Freitas", disse o mexicano
Ricardo Maldonado, ao acertar
com Soto a apresentação com o
baiano há pouco mais de duas semanas, propiciando pouco tempo
de treinamento ao oponente.
Justamente esse problema -a
falta de tempo- é um dos que
mais têm afligido os últimos adversários do baiano.
O porto-riquenho Daniel Alicea, nocauteado por Popó no primeiro assalto no mês passado,
também contou com pouco tempo de preparação para lutar com
o brasileiro -menos de duas semanas-, pois substituiu o norte-americano Lewis Woods, que alegou contusão em uma das mãos.
Sem alternativas, os empresários envolvidos na carreira de Popó tiveram de se conformar com
Alicea, um pugilista que vinha de
derrota na luta anterior -contra
Lamar Murphy-, o que obrigou
a OMB a não sancionar o combate
como sendo válido pelo título.
O adversário imediatamente
anterior, o argentino Carlos Ríos,
que lutou com Popó em setembro
passado, também acertou sua
apresentação com menos de três
semanas de antecedência.
Outro caso similar foi o do mexicano Javier ""Chatito" Jauregui,
desafiante pelo cinturão da OMB
em março de 2000.
Ele se apresentou no lugar do
nicaraguense Genaro Ríos, que
não lutou por ter tido convulsões
antes da luta.
Outra dificuldade para arranjar
adversários é o excesso de empresários (no total são cinco) que trabalham com Popó -o grupo acaba "batendo cabeça".
"Não é fácil satisfazer todo
mundo, inclusive as redes de TV,
de uma vez só", queixou-se Zac
Pomillio, um dos responsáveis
por buscar oponentes para Popó.
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