Americana bate Sharapova em 1h03min na Austrália

DA REPORTAGEM LOCAL

Serena Williams costuma fazer anotações antes dos jogos. Geralmente escreve "preste atenção na bola" ou instruções do gênero. Ontem, no entanto, rabiscou somente "Yetunde".
Era para a irmã, assassinada em 2003, que a norte-americana queria dedicar sua vitória.
A homenagem já dá a dimensão da gana de Serena, 25, ao entrar na quadra para a decisão do Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada.
Some-se a isso que a tenista, ex-líder do ranking, estava só em 81º lugar na classificação -passou a última temporada se recuperando de lesões e não vencia havia dois anos. A última conquista fora em Melbourne.
O resultado foi um arrasador 2 sets a 0 (6/1 e 6/2), em apenas uma hora e três minutos, sobre Maria Sharapova, que agora é a numero um do mundo. Foi a terceira pior derrota da carreira da russa no circuito mundial.
O maior trunfo da americana: um saque que atingiu 199 km/h, com aproveitamento de 67%. "Todos sabem que eu não sou realmente a número 81", disse Serena, após, emocionada, ter dedicado o feito à irmã.
"Foi uma vitória incrível, sofri muitas críticas, ouvi que não estava em forma. É disso que eu gosto, me diga um não, e eu irei provar a você que sou capaz."
Em 2006, com problema no joelho, ela jogou só quatro torneios e chegou às semifinais em Cincinnati e Los Angeles.
Com o terceiro título na Austrália (venceu em 2003 e 2005), Serena atinge 27 troféus, oito deles obtidos em Grand Slams.
A americana se tornou a segunda tenista com o ranqueamento mais baixo a conquistar o torneio australiano. Chris O'Neil era a 111ª do mundo quando venceu em 1978.
Com o título, Serena atingirá a 14ª posição no ranking. E, se depender da motivação de ontem, deve subir ainda mais.
"Meus melhores anos ainda estão por vir", sentenciou.