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FUTEBOL
Corintiano Geninho e palmeirense Picerni têm série de derrotas no torneio
Paulista verá semifinal dos técnicos quase campeões
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um deles vai "morrer na praia"
de novo. Com Corinthians e Palmeiras em uma das semifinais do
Paulista-2003, um treinador que
disputa o torneio há décadas vai
mais uma vez ver o título escapar
bem perto da hora decisiva.
Geninho, 54, e Jair Picerni, 58,
têm um longo currículo de participações e decepções no mais importante Estadual do país.
Como jogadores, os dois correram o interior sem nunca saborear o título -o atual técnico palmeirense, pela Ponte Preta, ainda
chegou perto: foi vice-campeão.
Depois, como treinadores, a "fila" no Paulista só aumentou.
Juntos, o hoje corintiano Geninho e Picerni dirigiram mais de
duas dezenas de clubes em São
Paulo. Em todos eles não foram
capazes de ganhar a taça estadual,
apesar de boas campanhas.
Novamente com a Ponte Preta,
Picerni foi vice em 1981. Repetiu a
dose em 1984, com o Corinthians,
e em 1985, dirigindo a Lusa.
Geninho chegou perto do título
em 1988 e na temporada 2001. Em
ambas as oportunidades dirigia o
Santos e foi eliminado por seu
atual clube, o Corinthians.
Ele protagonizou uma das mais
dramáticas derrotas do Paulista.
Em 2001, pelas semifinais, o Corinthians marcou o gol que eliminou o Santos nos acréscimos.
A chance do primeiro título
paulista anima os dois técnicos.
"Enfrentar o Corinthians nesta
hora, com toda a tradição e rivalidade do confronto, é a chance que
precisamos para mostrar que
nosso time está entrando nos eixos. Espero que a gente possa passar pelo Corinthians e ir em frente", diz Picerni, que já foi vice do
Brasileiro e da Libertadores.
Já Geninho prefere evitar falar
do confronto pessoal com Picerni. "Somos muitos amigos. Jogamos juntos, e um respeita muito o
outro. Mas que fique bem claro
que o duelo será entre Corinthians e Palmeiras, não entre a
gente", afirma o treinador.
Os dois primeiros semifinalistas
têm um histórico recente de confrontos decisivos, com o corintiano levando vantagem.
Em 2000, dirigindo o Paraná,
Geninho levou a melhor sobre o
atual comandante palmeirense,
então no São Caetano, na decisão
do Módulo Amarelo da Copa JH.
Na temporada seguinte, os dois
fizeram uma decisão muito mais
importante, e novamente Geninho levou a melhor. Com o Atlético-PR, ele foi campeão brasileiro,
batendo na final novamente o São
Caetano de Jair Picerni.
Papel trocado
Em seus atuais empregos, Geninho e Picerni comandam times
que fogem de suas tradições.
O Corinthians ficou famoso pela raça. Já o Palmeiras entrou para
a história com suas "academias".
No Paulista-2003, entretanto, é
o Corinthians que se destaca pela
técnica e o Palmeiras pela força.
Segundo o Datafolha, o time do
Parque São Jorge, que terá a vantagem dos empates na série, leva a
melhor em praticamente todos os
fundamentos mais técnicos.
O Corinthians, por exemplo,
acerta 87% dos passes que tenta.
Já o Palmeiras tem precisão de
82%, índice abaixo da média geral
da competição estadual.
Os corintianos criam mais
oportunidades de gol (15,6 contra
13,7) e fazem mais assistências
(três contra apenas uma do rival).
Em compensação, o Palmeiras
marca com muito mais força.
A agremiação do Parque Antarctica, por exemplo, é mais violenta do que o Corinthians -são,
em média, 28 faltas palmeirenses
por partida contra 24 do rival.
Nos desarmes, a vantagem também é do Palmeiras -o time tem,
segundo o Datafolha, a média de
126 tentativas por confronto contra 116 do Corinthians.
Pelo calendário inicial, as duas
partidas da série semifinal entre
Corinthians e Palmeiras serão
realizadas quarta-feira e domingo
(dias 5 e 9 de março).
Colaboraram Eduardo Arruda e Lúcio Ribeiro, da Reportagem Local
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