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Futebol de craques encurta abismo financeiro de rivais
Mesmo com elenco mais caro, Corinthians se rende às atuações de nova geração de meninos da Vila no Santos
Vencimentos mensais de Roberto Carlos e Ronaldo, que devem jogar o clássico hoje, cobrem quase toda a folha salarial dos santistas
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Santos e Corinthians, que se
enfrentam na Vila Belmiro, às
17h, são exemplos bem acabados de duas maneiras clássicas
de montar times competitivos:
com contratações caras e salários altos, caso do time do Parque São Jorge, ou com apostas
na revelação de jogadores, como fez o clube santista.
Enquanto o alvinegro da capital paulista investiu o que tinha e o que não tinha na aquisição de jogadores consagrados,
numa folha salarial que ultrapassa os R$ 7 milhões (entre salários e direitos de imagem),
para tentar alcançar no ano de
seu centenário todos os títulos
que pudesse -com ênfase, claro, na Libertadores-, o Santos
líder do Paulista é fruto do
amadurecimento da terceira
geração de "Meninos da Vila",
capitaneada por Paulo Henrique Ganso e Neymar.
A solução corintiana para
montar o time do centenário
foi apostar que as receitas obtidas com patrocínio, cota de TV
e bilheteria serão suficientes
para sustentar o sonho de um
centenário inesquecível.
Na previsão orçamentária
para 2010, a diretoria apontou
números estratosféricos. Espera uma receita de R$ 156 milhões, sendo que pelo menos
R$ 98 milhões devem ser destinados para pagamentos de salários e encargos.
O valor, se de fato for todo
utilizado, representa um aumento de 366% com esse tipo
de gasto em relação ao ano passado, quando o clube já contava
com Ronaldo -em 2009, o Corinthians desembolsou R$ 21
milhões com salários e encargos, conforme aponta balanço.
E, tudo isso, a despeito de
uma dívida acumulada de quase R$ 100 milhões.
Ronaldo e Roberto Carlos,
com seus ganhos mensais na
casa do milhão simbolizam, o
Corinthians do elenco recheado de experientes e consagrados. Juntos, os astros mundiais
ganham quase o equivalente a
todo o elenco santista.
Já a folha salarial no time da
Vila Belmiro está em cerca de
R$ 2,5 milhões, fora o salário de
Robinho, bancado na maior
parte por empresários.
Entretanto, mesmo com essa
diferença financeira gigantesca
entre os dois adversários de hoje, é o Santos quem vem encantando, com goleadas e grandes
jogadas de seus jovens ídolos.
No Corinthians, os elogios ao
futebol do rival são enormes.
Assim como o tamanho da
preocupação em fazê-los parar.
"O Santos é forte coletivamente. Já vinha sendo forte antes do Robinho. Teremos que
marcar muito porque a equipe
deles é entrosada, está muito
confiante", afirma o técnico
Mano Menezes.
Entre os atletas corintianos,
a percepção é que os meninos
santistas têm potencial para
serem os adversários mais duros no Estadual.
"Se a gente não jogar futebol
contra o Santos, a gente não ganha. Quem tentou intimidar o
time do Santos, perdeu. A gente
tem que tentar aproveitar os
nossos melhores momentos no
jogo", analisa Elias.
"Acho que é complicado jogar com a gurizada desde que
tenham qualidade. E é o caso
do Santos. Vai ser um grande
confronto nesse sentido", declara Tcheco. "Certamente não
é a definição do campeonato,
mas é um jogo que pode dizer
muita coisa", completa.
Dorival Júnior, técnico
emergente e que, assim como
seus comandados, ainda busca
afirmação definitiva, resume o
sucesso -ao menos momentâneo- de seu time.
"O trabalho de base que
acontece aqui no Santos tem sido muito bem desenvolvido. E
o ideal é esse, conciliar a base
com a chegada de outros jogadores, para dar um bom suporte ao time titular."
NA TV - Santos x Corinthians
Globo e Band, ao vivo, às 17h
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