São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003 |
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AUTOMOBILISMO Brasileiro quebra em Barcelona no 1º teste com novo carro Barrichello pára na pista, e Ferrari opta por carro velho
FÁBIO SEIXAS DA REPORTAGEM LOCAL Rubens Barrichello percorria a 31ª volta no circuito de Barcelona, ontem de manhã. Pouco antes da curva Seat, a quinta do traçado espanhol, encostou o novo carro da Ferrari à direita da pista. Deixou o cockpit, tirou o capacete e, de balaclava, ficou esperando o resgate. O guincho chegou, com dois mecânicos ferraristas. O carro foi içado, colocado na traseira do caminhão e levado para os boxes. Era o que faltava. A prova derradeira. A quarta falha mecânica em 15 dias de testes. A gota d'água para a Ferrari fechar questão e decidir, de vez, usar os carros de 2002 no GP Brasil, na próxima semana. O motivo é claro. O novo modelo, o F2003-GA, não é confiável. Até agora, não completou uma simulação de corrida. O máximo que conseguiu rodar, sem problemas, foi 285,7 km -pelo regulamento esportivo da F-1, a distância mínima de um GP é 305 km. Embora já tivesse anunciado que traria o F2002 para Interlagos, a Ferrari esperava um "milagre" nos testes desta semana. Caso o novo modelo mostrasse resistência e velocidade, o time poderia mudar os planos e usar ao menos uma de suas unidades no Brasil. Não foi o que aconteceu. E a resistência não foi o único problema -Barrichello, depois, voltou à pista e completou mais 57 voltas. Também faltou velocidade. Em três dias de testes nesta semana, o melhor resultado do F2003-GA veio ontem: Barrichello fez o quarto tempo. Na quarta-feira, o carro ficou em quinto. Na terça, foi apenas o sexto colocado. Mesmo assim, a marca de ontem foi ruim, 2s334 mais lenta que o recorde do ano, estabelecido por Michael Schumacher com o F2002 ainda na pré-temporada. Ontem, pelo menos, a quebra não resultou em acidente. Nas duas ocasiões anteriores em que o F2003-GA apresentou defeito, em 28 de fevereiro e 11 de março (veja quadro), o piloto de testes Luca Badoer se estatelou nos muros de Jerez (ESP) e de Mugello (ITA). Para aumentar a preocupação, as falhas ocorrem em áreas diferentes do carro. Em Jerez, teria acontecido um problema na parte traseira direita. Em Mugello, foi uma pane no freio. Ontem e no dia 17 de fevereiro, o time não divulgou os motivos dos incidentes. O resultado disso é que a estréia do modelo, por enquanto, está marcada para Imola, no fim de abril. E, se as panes persistirem, o carro pode correr só em maio. Até lá, a crise que hoje ronda a Ferrari pode estar instaurada. Depois de vencer 15 (88,2%) das 17 etapas em 2002 e conquistar o Mundial de Pilotos com seis provas de antecedência, a escuderia vive situação oposta em 2003. Perdeu os dois primeiros GPs para a rival McLaren e hoje tem a mesma pontuação da Renault. Para piorar, Schumacher vem sendo criticado pela imprensa italiana. Sua batida em Jarno Trulli, na Malásia, chegou a ser classificada de "estúpida" por um jornal. Em uma entrevista publicada ontem pelo "The Sun", da Inglaterra, Willi Webber, empresário de Schumacher, disse que os ataques podem levar o pentacampeão a antecipar a aposentadoria. "Ele diz que só vai parar quando não sentir mais prazer em pilotar. E estão fazendo de tudo para que isso aconteça", disse Webber. Texto Anterior: Pan-Americano: Odepa reitera ameaça de cancelamento de eventos Próximo Texto: Saiba mais: Radicalismo das mudanças pode explicar falhas Índice |
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