TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há quatro meses, o inferno. Hoje, muito perto do céu.
Esta é a trajetória da defesa do Santos, que pode, amanhã, ganhar seu primeiro título estadual desde 1984. Para isso, precisa vencer o Bragantino às 21h45 na Vila Belmiro e contar com que São Paulo e Palmeiras não batam, respectivamente, América e Paulista.
Das 27 combinações de resultados entre os três primeiros no Paulista, apenas quatro (14,81%) fecham o campeonato amanhã.
Sofrendo com um ataque fraco -só o quinto do Paulista, com 27 gols-, o Santos apostou em seu "ferrolho" como diferencial.
E deu certo. O time é o menos vazado da competição, com 15 gols sofridos. E ostenta a liderança do item com folga. São Paulo, São Caetano, Corinthians e Ituano vêm a seguir, com 20.
O cenário atual era impensável no Brasileiro do ano passado, quando a defesa santista terminou a competição com o pior índice de sua história no Nacional: média de 1,69 gols sofridos por jogo, superando o 1,48 de 1995.
Entre as quedas de 2005, dois jogos particularmente dolorosos: o 7 a 1 para o Corinthians no Pacaembu e o 4 a 0 contra o Internacional, em São Caetano.
A média atual é 0,93 - a melhor do Santos no Estadual desde 1991, com 0,52. Em vez de título, aquele Santos brigou para não cair.
"Em algumas partidas, marcamos na frente e não deixamos espaço para os contra-ataques. Se a gente não atuar dessa maneira, poderemos ter problemas", afirmou o técnico Vanderlei Luxemburgo. Ele, que tradicionalmente comanda times ofensivos, neste Paulista foi obrigado a mudar.
"O técnico precisa se ajustar ao time, e não o contrário", disse.
A defesa é eficiente também para atacar. Os zagueiros fizeram cinco gols no Estadual (18,51 %).
Dos cinco defensores atuais -Manzur, Ronaldo Guiaro, Domingos, Carlinhos e Luiz Alberto-, apenas os dois últimos jogaram o Brasileiro do ano passado.
A venda de ingressos para o jogo de amanhã começou ontem, na Vila Belmiro e em outros cinco postos em Santos. Em São Paulo, as entradas podem ser compradas no escritório do clube, no Pacaembu, de R$ 15 a R$ 50 e das 9h às 18h (preços e horários gerais). Segundo o Santos, 1.075 ingressos foram adquiridos na Vila. A carga total é de 20 mil bilhetes.


Texto Anterior: Futebol: Shevchenko elogia Juninho antes de jogo decisivo
Próximo Texto: O personagem: "Estrela", Manzur pode acabar com jejum de Copas
Índice