São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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Santos comemora sucesso de seus coadjuvantes

Em meio ao êxito dos meninos da Vila, atletas como Pará, Arouca e Edu Dracena, pouco badalados, se destacam

Já classificado para a fase semifinal, time enfrenta o Monte Azul com o discurso de terminar a primeira fase na liderança do Paulista

Ricardo Saibun/Agif/Folhapress
Pará se refresca durante treino do Santos, ontem

LUCAS REIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Há mais coisas entre o Santos e suas vitórias do que Ganso, Neymar, André e Robinho.
Além do sucesso dos meninos da Vila, o líder do Campeonato Paulista, que hoje enfrenta o Monte Azul, às 18h30, na Vila Belmiro, comemora o êxito de outra geração de jogadores -com mais experiência, menos fama e pouco sucesso.
Afinal, quem carrega o piano do badalado time de Dorival Jr. chegou ao clube sob olhares de desconfiança, rótulo de aposta ou egresso de um passado pouco vistoso em outros times.
Foi assim com duas peças- -chave no esquema santista. O volante Arouca passou pelo São Paulo sem nenhum sucesso e chegou ao Santos em uma troca com Rodrigo Souto. À época, torcedores e conselheiros chiaram. Porém Arouca se firmou como titular, vem tendo grandes apresentações e é homem de confiança de Dorival Jr.
O meia Wesley, um dos mais elogiados pelo treinador, surgiu no Santos em 2007 como "o novo Robinho". Não foi bem, caiu no esquecimento e foi emprestado ao Atlético-PR. Voltou neste ano e tem sido o motor do time: puxa os contra-ataques, arma as jogadas e já marcou quatro gols no Paulista.
"O Santos é uma equipe, tem espírito de coletividade. Todos lutam pelo mesmo objetivo e estão compenetrados no mesmo propósito", disse Dorival.
A resposta acima veio após uma pergunta sobre o desempenho do Santos sem a dupla Neymar-Robinho, ausente nos dois últimos jogos. Sem ambos, o time goleou o Ituano (9 a 1) e bateu o Botafogo (4 a 2).
Ou seja, o Santos está mostrando que é mais do que apenas meninos. Sem eles, Madson, rebaixado à Série B do Nacional com o Vasco em 2008, e Zé Love, que veio do ABC-RN, deram conta do recado.
São outros dois exemplos do chamado "lado B" santista.
O meia Marquinhos é outro desse grupo. Aos 28 anos, foi destaque do Avaí no Nacional do ano passado, mas colecionou passagens pouco frutíferas por São Paulo, Flamengo, Coritiba e Santa Cruz. No Santos, faz boa dupla com o prodígio Ganso no meio-campo.
Na zaga, Edu Dracena também tem se destacado. Levado ao clube por Vanderlei Luxemburgo após deixar o turco Fenerbahce, o beque chegou em setembro, mas só estreou em dezembro, no fim do Nacional.
Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, recebido ao cometer pênalti contra o Botafogo, Dracena não joga hoje. Bruno Aguiar deve ser seu substituto.
Mas talvez o grande exemplo de superação seja o lateral-esquerdo Pará. Ex-Santo André, foi alvo da torcida no ano passado. No início desta temporada, quase foi emprestado. Agora, "contaminado" pelo bom futebol ofensivo, tem tido boas apresentações -na goleada por 9 a 1 ante o Ituano, saiu de campo ovacionado pela torcida.
O Santos já garantiu sua vaga na semifinal, mas não encara esta reta final como cumprimento de tabela. Dorival deixou claro que terminar a primeira fase na ponta do campeonato é uma obsessão. Hoje, não terá Robinho novamente, contundido. E afirmou que não pretende poupar nenhum jogador, seja um dos meninos da Vila, seja um dos coadjuvantes que carregam o piano.


NA TV - Santos x Monte Azul
Sportv, ao vivo, às 18h30



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