France Presse

As irmãs Serena (a esq.) e Venus Willian, dos EUA, finalistas do Torneio Lipton, conversam em quadra

da Reportagem Local

A tenista norte-americana Serena Williams, 17, tem hoje o desafio de disputar o título do Torneio Lipton, em Miami, EUA, contra a atual campeã do torneio.
Seria apenas mais um jogo difícil para a jogadora do momento - que, para chegar à final, anteontem, derrotou a número um do mundo, Martina Hingis-, se a adversária de hoje não fosse sua irmã mais velha, Venus Williams, 18.
Pela primeira vez na história do tênis feminino profissional, duas irmãs disputarão o título de um evento da Associação das Mulheres Tenistas (WTA).
Venus e Serena chegaram à façanha nas quadras do quinto mais importante torneio do calendário mundial, que perde em prestígio, pontos e premiação apenas para os quatro eventos do Grand Slam.
Para elas, entretanto, trata-se também do "quintal de casa", território próprio, pois moram a cerca de uma hora de Miami, em Palm Beach Gardens, e a torcida da Flórida é definitivamente das duas.
As curiosas jogadoras só não são absolutas no feito da final familiar, porque John e Patrick McEnroe, também irmãos e norte-americanos, decidiram o título do Torneio de Chicago, em 1991 -com vitória para John, o mais famoso.
"Será uma sensação ótima enfrentar a Venus na final. Não fará diferença quem vencer ou perder, será como se nós duas tivéssemos vencido", afirmou Serena. "O troféu vai para nossa casa de qualquer jeito", completou.
As irmãs Williams não são mais novidade no circuito, o que acontecia há pouco mais de dois anos, quando as miçangas nos cabelos, os relógios coloridos, as pulseiras, colares e brincos dourados e as gargalhadas destoavam do ambiente "calmo' do esporte.
Venus, a sexta colocada no ranking mundial, terminou a temporada passada entre as cinco primeiras tenistas do mundo e soma quatro títulos da WTA, além de um no Grand Slam, conquistado no Aberto da Austrália de 1998, em duplas mistas.
Serena também já tem seu título nas duplas mistas do Grand Slam, aliás dois, vindos de Wimbledon e do Aberto dos EUA, em 1998 também. É a 16ª jogadora do ranking.
Para chegar à final do Lipton, Serena eliminou tenistas como a norte-americana Monica Seles, a sul-africana Amanda Coetzer e, por fim, a suíça Martina Hingis, quem a havia enfrentado na semifinal do mesmo torneio no ano passado, em jogo que a vitória escapou-lhe da raquete.
Anteontem, Serena devolveu a derrota, com 6/4 e 7/6 (7/3).
Venus, por sua vez, brecou pelo caminho a campeã de Wimbledon e terceira do ranking, a tcheca Jana Novotna, para depois enfrentar, na semifinal, a alemã Steffi Graf, pentacampeã do Lipton.
Venus já a derrotara uma vez neste ano, mas em território de Steffi, em Hannover, Alemanha. Anteontem, impediu a alemã de tentar chegar ao recorde de seis títulos, com placar de 6/2 e 6/4.

Muito fortes
Não há adversária que desconheça a força dos golpes das irmãs Williams. Venus tem o saque mais potente do circuito feminino, com recorde de 204 km/h, superando tenistas como o ex-número dois do mundo, Michael Chang, dos EUA.
É certo que, para sacar, a altura de Venus ajuda (1,86 m). Nesse quesito, a irmã leva desvantagem (1,78 m), o que compensa, entretanto, na rede. Serena é mais ágil e tem conseguido pontos de sobra com seus voleios.
Destras, musculosas, as duas jogadoras, nascidas na Califórnia, gostam de atacar o tempo todo. Trata-se de uma característica do tênis feminino que deve dominar as quadras nos próximos anos.
Se mantiverem a autoconfiança que as acompanha desde os primeiros dias de circuito profissional, o domínio poderá ter o sobrenome dessas duas garotas.
"Sempre esperei vencer, é para isso que trabalho desde os quatro anos de idade", diz a Williams mais nova, sobre 16 vitórias consecutivas sobre algumas das melhores jogadoras do mundo.
"Se eu não for a número um do mundo, ela vai ser", afirma Venus.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice