São Paulo, sábado, 28 de abril de 2007

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frio na barriga

Mais eficiente, Santos-07 vive dias mais ansiosos

Melhor do que em 2006, equipe enfrenta agora nervosismo por jogar mata-mata

Para atletas, há mais emoção da torcida e do elenco em jogos decisivos; Luxemburgo vê maior risco neles e diz que time ainda não ganhou nada


JULYANA TRAVAGLIA
LUÍS FERRARI
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS

O Santos deste ano é melhor do que o que foi campeão paulista no ano passado. Mesmo assim, a ansiedade gerada pela perspectiva do bicampeonato está maior do que a da conquista de 2006, que encerrou 21 anos de jejum no Estadual.
Neste Paulista, o time tem média de gols feitos superior à de 2006 (2,14 contra 1,73) e sofreu os mesmos 19 gols, apesar de ter jogado duas vezes a mais (levou em média 0,9 gol agora, contra 1 do ano passado, quando a equipe atuou quase sempre com três zagueiros).
Isso se refletiu na tabela. Em 2007, no término da fase inicial, o Santos abriu seis pontos de vantagem sobre o São Paulo. No ano passado, acabou o turno único somente um ponto à frente do segundo colocado.
Em 2006, o adversário pelo título na reta final era o time do Morumbi, que acabara de ganhar seu terceiro Mundial. Agora, é o São Caetano, clube da segunda divisão do Brasileiro, que nunca viu um representante bater uma equipe da elite nacional em decisões paulistas.
Se tudo conspira a favor, por que o frio na barriga antes está mais intenso neste ano?
A principal razão apontada pelos santistas é o regulamento, que ressuscitou os mata-matas após duas temporadas.
"Neste ano, a ansiedade está maior. São dois jogos decisivos", compara Rodrigo Tabata em relação ao ano passado.
"Em 2006, foi mais tranqüilo porque era ponto corrido e o time vinha muito bem na reta final", avalia o atleta, que vê o elenco de hoje mais maduro e respeitado pelos adversários do que o time campeão há um ano.
"Aquele grupo foi se conhecendo durante o ano. Hoje todos já se conhecem melhor."
Experiente em ganhar títulos em pontos corridos -como os três Campeonatos Alemães que tem no currículo- e em finais -como as duas Copas América e as duas Copas das Confederações-, o meia Zé Roberto aponta as diferenças.
"Mata-mata envolve mais a torcida. É bem mais emocionante que o ponto corrido", opina, destacando que também há um risco maior envolvido.
Vanderlei Luxemburgo concorda. "A possibilidade de mais jogos não existe após os dois próximos. Isso muda o emocional da partida", conta o técnico, que fez questão de lembrar: "O grupo deste ano ainda não conquistou nada".


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